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Uma ferramenta lançada em Brasília permitirá aos órgãos de controle ambiental ter informações mais precisas dos alertas de desmatamento para apoiar a autuação de infratores.

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O sistema, desenvolvido numa parceria entre o Ibama e a Rede MapBiomas, funcionará como uma espécie de “pardal”, o radar de velocidade que fotografa a placa do veículo infrator e elabora um laudo geralmente irrefutável. Ele integrará informações de vários sistemas diferentes de alertas de desmatamento existentes hoje no Brasil, validando-os com imagens de alta resolução. Todos os biomas do Brasil estarão cobertos.

O território brasileiro é observado por mais de uma dezena de sistemas de alerta de desmatamento por satélite, que permitem detectar a destruição da vegetação nativa em tempo quase real. Na primeira fase da iniciativa serão utilizados três sistemas como base para identificar as áreas de desmatamento: o Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que hoje subsidia a fiscalização do Ibama na Amazônia e no Cerrado; o SAD, do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), que cobre a floresta amazônica; e o GLAD, da Universidade de Maryland, nos EUA, para os demais biomas do Brasil.

Todos esses sistemas usam imagens de satélite de média resolução, ou seja, cujo ponto mínimo (pixel) vai de 20m x 20m a 60m x 60m. Essas imagens são muito úteis para saber o que está acontecendo na floresta, mas dependem na maior parte das vezes de validações demoradas, que muitas vezes incluem idas a campo, antes de poderem ser usadas para a emissão de multas ou o embargo por infração.

A nova ferramenta, batizada MapBiomas Alerta, ajudará a fiscalização a ser mais eficaz porque usará imagens de satélite de alta resolução – de 3m x 3m – da área onde o alerta foi gerado pelos sistemas de monitoramento em tempo real. A informação é comparada com imagens diárias do mesmo local até seis meses antes do desmatamento e com o histórico dos últimos seis anos dos mapas do MapBiomas. Depois é cruzada com as bases de dados do Cadastro Ambiental Rural e de autorizações de supressão de vegetação, o que permite identificar a legalidade ou não do desmatamento para a elaboração de um laudo detalhado.

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Caso esteja irregular, o proprietário recebe a autuação ambiental pelo correio, algo que o Ibama já realiza em parte do país no âmbito da Operação Controle Remoto.

“Os laudos produzidos potencializam o impacto e eficácia dos sistemas de detecção de desmatamento que operam no Brasil. Você tem no laudo todas as informações necessárias para abrir processo contra o infrator, se for detectada irregularidade”, disse Tasso Azevedo, do Observatório do Clima, coordenador da Rede MapBiomas. “Isso dá agilidade e eficiência à fiscalização, que poderá estar presente remotamente onde nem sempre é possível estar presencialmente.”

A presidente do Ibama, Suely Araújo, destacou a relevância das inovações e a transparência das informações ambientais assegurada por meio do Sinaflor (Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais), que concentra as autorizações emitidas por todos os Estados.

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“O Ibama já vem atuando na fiscalização remota com informações de vários sistemas. Esta é mais uma parceria que vai contribuir para um controle mais eficaz do desmatamento e para a autarquia cumprir suas missões constitucionais.”