- Publicidade -

Uma carta assinada por 602 cientistas pede que a União Europeia (UE) condicione novas regras às negociações comerciais com o Brasil. Para eles, o respeito aos povos indígenas, assim como o rastreamento dos produtos, garantindo que não sejam fruto do desmatamento ilegal, são os principais critérios para manter as relações entre os países.

- Publicidade -

O texto inicia lembrando que o Brasil abriga uma das últimas grandes florestas do planeta e que a UE é o segundo maior parceiro comercial, portanto tem força para exigir do Brasil maior proteção aos direitos humanos e ao meio ambiente. Além disso, cita que a União gastou mais de 3 bilhões de euros em importações brasileiras de ferro em 2017, apesar dos padrões de segurança perigosos e do desmatamento extensivo gerado pela mineração. E que somente em 2011, a UE importou carne bovina e ração associada a mais de mil quilômetros quadrados de desmatamento.

Em referência clara ao governo brasileiro atual, a carta afirma ainda que a nova administração trabalha para “desmantelar as políticas contra o desmatamento” e isso “ameaça os direitos indígenas e as áreas naturais que eles protegem”.

O documento sugere três condições nas negociações comerciais com o Brasil: manter a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas; melhorar os procedimentos para rastrear commodities associadas ao desmatamento e conflitos de direitos indígenas; e por fim consultar e obter o consentimento dos Povos Indígenas e das comunidades locais para definir critérios estritamente sociais e ambientais para as commodities negociadas.

A carta foi assinada por 602 cientistas ligados a instituições europeias e duas organizações indígenas brasileiras, que representam 300 grupos indígenas brasileiros.

- Publicidade -

Publicada na revista Science, a carta foi questionada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na última sexta-feira (26). Em entrevista ao GloboNews, afirmou que o texto não possui “credibilidade”, sendo, segundo ele, uma “discussão comercial disfarçada”.

Produzir conservando

O vídeo abaixo expõe dados sobre uso da terra e conservação no Brasil. Feito a partir do cruzamento de duas grandes bases públicas de informações, o projeto MapBiomas e o Atlas da Agropecuária Brasileira, o engenheiro florestal Tasso Azevedo traz fatos que mostram que o Brasil pode ao mesmo tempo conservar suas florestas e manter sua produção competitiva no mercado. Dois pontos que são colocados em lados opostos pelo senso comum.

- Publicidade -