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Foto à direita: Pexels. Foto à esquerda: Enjay

Assar, fritar, cozinhar. Independentemente da técnica de cozimento, é certo que uma cozinha em uso está constantemente gerando calor. Quando se leva em consideração a cozinha industrial, as altas temperaturas são ainda mais presentes e geram até mesmo desconforto térmico no ambiente de trabalho. Porém, nas mãos da startup sueca Enjay este problema transformou-se em uma oportunidade de negócio: o calor é usado para produzir energia.

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Enjay é uma empresa de tecnologia limpa especializada em eficiência energética. Sua primeira solução foi desenvolver uma caixa metálica de troca de calor que aproveita o ar quente produzido durante os processos de cozimento. Geralmente, este ar é expelido para fora do edifício, ou seja, o equipamento – apelidado de Lepido – recupera um potencial energético que do contrário seria desperdiçado.

A tecnologia é projetada de forma que as partículas de gordura e fuligem atravessam as bobinas de metal sem grudar. O ar quente então é bombeado por tubos que transportam água fria, que então se aquece e pode ser usada para esquentar outras partes de um edifício.

O sistema de recuperação energética é autolimpante e adaptado para ventilação de restaurantes, permitindo eliminar o desperdício. O Lepido é livre de manutenção, tornando cada quilowatt-hora reciclado em uma economia também financeira. Proprietários de imóveis em todo o mundo podem, assim, simultaneamente economizar dinheiro e contribuir para o clima.

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Foto: Pixabay 

A tecnologia já vem sendo testada em cozinhas de escolas e hotéis de países como Bélgica e Holanda, além de mais de 200 franquias do Burger King na Suécia, Noruega e Dinamarca. Em um Burger King em Malmö, na Suécia, a economia foi de US$ 16 mil (R$ 79 mil) por ano nas contas de aquecimento, segundo relatou o dono da franquia à reportagem da BBC. Na maior fábrica de panquecas da Europa, localizada no sul da Suécia e operada pela Lantmännen Cerealia AB, o sistema recuperará 1.500.000 kWh por ano.

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Há pedidos de estabelecimentos em outras partes do mundo, mas há também um empecilho específico para a tecnologia chegar a pequenos negócios: o preço. O custo médio de compra e instalação de equipamento é de cerca de US$ 30 mil, equivalente a cerca de R$ 150 mil (cotação em 3 de maio de 2023). Para quem pode arcar, o valor pode ser visto como um investimento, uma vez que o dinheiro se recupera com a economia gerada.

Impacto

O cofundador da Enjay, Nils Lekeberg, defende que o valor gasto com o sistema se recupera em um ou dois anos de uso. Além de gerar economia para o bolso, o mecanismo contribui para reduzir as emissões poluentes. Estima-se que, atualmente, 15 milhões de prédios no mundo que possuem restaurantes não reciclam energia alguma, já que o ar de exaustão contém altas concentrações de gordura e fuligem. Isso é um enorme desperdício de energia, que causa emissões desnecessárias de gases de efeito estufa. A startup calcula que a inovação permite reduzir a pegada de carbono anual em 30 toneladas com a Lepido.

“A missão é acabar com o desperdício de energia – porque a energia mais limpa é aquela que nunca foi produzida”, afirma a Enjay.

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