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Empresa gera biogás a partir de aterros sanitários e resíduos agrícolas

O plano da empresa é levar a produção descentralizada para o interior do Brasil, aproveitando os resíduos do agronegócio.

Instalações da ZEG Biogás para produção do GasBio em aterro sanitário
Instalações da ZEG Biogás para produção do GasBio localizadas em aterro sanitário, em São Paulo. | Foto: Divulgação

A ZEG, empresa dedicada à geração de energias renováveis do Grupo Capitale Energia, lançou um sua primeira linha de combustível a base de biometano, o GasBio. Produzido de forma descentralizada, em plantas de média escala, o insumo poderá ser utilizado em qualquer dispositivo abastecido com gás natural, como equipamentos industriais, máquinas agrícolas e veículos, tendo desempenho equivalente.

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“Nosso objetivo é oferecer uma solução ambientalmente vantajosa e comercialmente viável para substituir o uso do gás natural convencional e, em especial, substituir outros combustíveis fósseis, como o GLP em regiões distantes da rede de gasodutos na indústria e o diesel nas frotas de veículos pesados”, explica Daniel Rossi, presidente da empresa.

O projeto articulou fornecedores ao redor do mundo para trazer tecnologia de ponta ao Brasil, adaptando os sistemas de produção e purificação do gás à realidade nacional. “A produção pode ser realizada a partir de diferentes tipos de resíduo, desde aterros sanitários, até resíduos agroindustriais”, afirma o executivo. A primeira planta foi instalada em São Mateus (SP), no distrito de Sapopemba, para aproveitar o biogás do Centro de Tratamento de Resíduos Leste, e tem potencial para produzir 90 mil metros cúbicos de combustível por dia, com investimento da ordem de R$ 60 milhões. Seria o suficiente para atender cerca de 12% do consumo residencial de gás natural no estado de São Paulo. A ZEG pretende instalar outras plantas pelo país, atingindo o patamar de 1 milhão de metros cúbicos por dia até 2022.

Geração distribuída de combustível

O plano da empresa é levar a produção descentralizada para o interior do Brasil, aproveitando os resíduos do agronegócio. “A vinhaça da cana-de-açúcar é uma das fontes mais promissoras. Nossa tecnologia trata a vinhaça, produzindo o GasBio e a sobra é devolvida para o campo, com equilíbrio de nutrientes, beneficiando o agronegócio”, destaca o executivo da ZEG Biogás, Rodrigo Nogueira.

Após um contrato de parceria, a ZEG instala sua planta de produção no local onde os resíduos estão armazenados e introduz uma cultura de bactérias que acelera a decomposição do material; o biogás captado é tratado para a eliminação de contaminantes e purificado para concentrações de metano acima de 90%. O resultado é um combustível totalmente adequado às regras da Agência Nacional de Petróleo (ANP), produzido a partir de resíduos, cuja utilização apresenta grandes vantagens ambientais em relação às fontes fósseis. “O diferencial é que a ZEG possui um sistema de produção modular, escalável e um rígido controle de qualidade que garante que as diferentes plantas terão custos competitivos e padronização em termos de produto, o GasBio”, assinala Daniel Rossi.

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Parte do combustível produzido poderá ser utilizada pelo parceiro em seu processo produtivo, outra parte é vendida, fomentando o mercado regional e viabilizando uma alternativa energética econômica e sustentável também nos locais em que os gasodutos não chegam. “Outro ponto fundamental da nossa estratégia é garantir a distribuição eficiente do combustível até o cliente final, utilizando, inclusive, o modal rodoviário”, ressalta Rossi.

Combustível renovável

O Brasil é signatário do acordo de Paris e se comprometeu a reduzir das emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030. O setor de combustíveis tem papel relevante para atingimento desta meta, motivo pelo qual o país instituiu o RenovaBio. O programa incentiva a produção dos combustíveis renováveis e coloca como objetivo reduzir em 11% a intensidade de emissão de CO2 no setor num período de 10 anos. O biometano tem papel de destaque no programa já que reduz em até 95% as emissões de CO2 equivalente na atmosfera.

O GasBio atende os requisitos do RenovaBio e alinhará o mercado de combustíveis brasileiro às principais tendências econômicas mundiais, como a descentralização e a descarbonização, que unidas à digitalização, vem transformando a forma de produzir e consumir produtos e viabilizando práticas mais sustentáveis.

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Uma cidade do Paraná também já usa o biogás gerado por fezes de suínos para abastecer  toda a sua demanda de energia. O Rio de Janeiro também inaugurou recentemente duas usinas que transformam lixo em energia e biogás.