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Califórnia testa asfalto de garrafa PET reciclada

O asfalto ecológico é mais resistente, durável e pode ter custo menor do que pavimento comum.

asfalto de garrafa PET
Foto: Caltrans

Aproveitar de resíduos plásticos para fabricar asfaltos na segunda cidade mais populosa dos Estados Unidos. Esta é a proposta da gestão pública de Los Angeles que começou a testar amostras do asfalto ecológico. Outra cidade menos conhecida, Oroville, já possui a primeira estrada do país pavimentada com plástico reciclado.

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A técnica basicamente fragmenta o plástico, transformando-o em óleo para substituir o betume. Essa composição é misturada com resíduos de asfalto velho (previamente triturados), criando um novo pavimento: mais forte do que o anterior. Ou seja, além de criar um novo asfalto, a técnica permite reciclar o asfalto já deteriorado. Enfim, antigas estradas podem ser efetivamente recicladas e não simplesmente substituídas. 

Todo o método é realizado em temperatura ambiente, reduzindo gastos energéticos. Como aproveita o próprio asfalto existente na estrada, elimina a necessidade de transporte de materiais, minimizando danos às estradas e ao tráfego.

A ideia é reciclar diversos tipos de plástico sem uso que vão parar nos aterros, entre eles os plásticos PET – comumente usados na fabricação de garrafas. “O que queremos fazer é examinar as diferentes reciclagens de diferentes tipos de plásticos, especialmente aqueles que são mais difíceis de reciclar, para retirá-los dos aterros”, disse Adel Hagekhalil, Engenheiro Ambiental do Departamento de Obras de Los Angeles.

O processo foi desenvolvido pela empresa TechniSoil, que foi procurada para gerir os resíduos plásticos dos Estados Unidos. Apoiado pelo Departamento de Energia do país, o projeto é um esforço conjunto para encontrar novas maneiras de lidar com o grande problema de reciclagem nos EUA.

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Fotos: TechniSoil

Recentemente, o asfalto de garrafa pet foi usado em um projeto de repavimentação de rodovias do Departamento de Transporte da Califórnia. O projeto piloto está sendo testado em três faixas da Rodovia 162 da cidade de Oroville. Se as experimentações correram bem, o objetivo será introduzi-lo no programa de pavimentação de estradas de todo o estado.

Anunciado no final do ano passado, os testes do asfalto ecológico em Los Angeles foram atrasados devido à pandemia.

Benefícios

Em cada 1,6 km de pista de mão dupla são aproveitadas cerca de 2.300 kg de plástico PET reciclado. Isso equivalente a quase 400 mil garrafas que poderiam parar em aterros ou pior: em nossos oceanos. Outro ponto importante é que a aplicação do asfalto plástico pode diminuir os custos de material em 25%. Além disso, segundo a fabricante, os testes em laboratório mostraram que o produto pode ser de oito a 13 vezes mais forte do que o convencional. Será o fim do asfalto esburacado? Isso ainda não há como garantir, mas há potencial de que menos obras de reparo sejam necessárias – o que seria um grande alívio para moradores de grandes cidades.

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Foto: Departamento de Transporte da Califórnia

Por ser bastante resistente e durável, o Departamento de Serviços de Rua de Los Angeles (StreetsLA) estima que seu uso pode reduzir significativamente os custos de manutenção. Ou seja, o que se afirma até então é que esta pode ser, de fato, uma alternativa mais viável economicamente do que o asfalto tradicional.

Dar um destino mais nobre aos resíduos plásticos enquanto cria um material útil e eficiente para a sociedade é a aposta da Technisoil, mas há empecilhos neste caminho. Entre os testes que estão sendo realizados, a TechniSoil quer garantir que o plástico não penetre no solo, por exemplo.

Outra preocupação óbvia é que, ao longo do tempo, tais estradas poderiam liberar microplásticos e, posteriormente, contribuir com um problema ainda maior. “Mesmo que as estradas sejam mais resistentes, você presumiria que, especialmente se elas forem feitas completamente de plástico, elas sofrerão erosão em alguma extensão e isso contribuiria para um problema que deveriam estar resolvendo”, afirmou Libby Peake, chefe da política de recursos da Green Alliance, em entrevista à revista Wired.