“Pare pelo Meio Ambiente” faz alerta ao mundo sobre biomas brasileiros
Manifesto será lançado com live no Dia Nacional do Meio Ambiente e pede a líderes que acordos com Brasil sejam vinculados à proteção ambiental
Manifesto será lançado com live no Dia Nacional do Meio Ambiente e pede a líderes que acordos com Brasil sejam vinculados à proteção ambiental
No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado neste sábado, 5 de junho, uma live vai marcar o lançamento oficial do manifesto “Pare pelo Meio Ambiente” – um alerta sobre a urgência de proteger a Floresta Amazônica, o Pantanal e outros biomas brasileiros ameaçados pela ação do homem.
A iniciativa pede que acordos multilaterais com o Brasil sejam legalmente vinculados à proteção do clima, da biodiversidade e dos direitos humanos no país. O evento quer chamar a atenção da população brasileira e comunidade internacional, fazendo um apelo aos líderes mundiais para salvar esses biomas e, principalmente, aumentar a pressão internacional sobre o governo brasileiro.
Liderado pelo eurodeputado Francisco Guerreiro (Verdes/ALE), pelo deputado federal David Miranda (PSOL) e por Silvana Andrade, presidente da Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA), o evento já conta com o apoio dos artistas: Caetano Veloso, Daniela Mercury, Anitta, Astrid Fontenelle, Xuxa Meneghel, Lázaro Ramos, Alessandra Negrini, Samanta Schmütz, Alinne Moraes, além da ativista Luísa Mell e dos jornalistas Glenn Greenwald, Catarina Canelas e Patrícia Matos. A líder indígena Sônia Guajajara, os músicos João Gil e Rogério Charraz, a professora e ativista indígena Célia Xakriaba e a Cristina Rodrigues, deputada da Assembleia da República de Portugal, vão participar. O cineasta Oliver Stone, Laerte e a atriz Leandra Leal também aderiram à iniciativa.
Para assinar o manifesto e ter mais informações sobre a iniciativa, inclusive a íntegra do documento, basta acessar o site oficial da campanha “Pare pelo Meio Ambiente” ou a plataforma da Change.
A live será transmitida nos idiomas português e inglês, às 16 horas para o Brasil e às 20 horas para a Europa, através dos canais no Facebook e no YouTube da Mídia Ninja, da ANDA e do eurodeputado Francisco Guerreiro.
O objetivo é chamar a atenção nacional e internacional sobre a necessidade urgente de proteção à Amazônia, Pantanal e outros biomas brasileiros ameaçados. O movimento quer criar uma rede de solidariedade mundial em defesa da biodiversidade brasileira.
Endereçado a António Guterres, secretário-Geral das Organização das Nações Unidas (ONU), Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e a Alberto Fernandez, presidente do Mercosul, o manifesto estimula os líderes mundiais, especialmente da União Europeia e Estados Unidos, a reverem os acordos comerciais com o Brasil enquanto não houver políticas sérias no país para preservar os biomas ameaçados e reduzir as emissões de CO2.
O Brasil vive um dos piores momentos de sua história em relação às políticas socioambientais. A Amazônia, o Pantanal e outros biomas estão em sério risco por causa dos desmatamentos, das queimadas criminosas, do garimpo e outras ameaças à biodiversidade e aos povos que vivem na floresta.
A maior floresta tropical do mundo concentra uma enorme biodiversidade. No entanto, pode virar savana em até 30 anos com o ritmo atual do desmatamento. O ano de 2020 registrou um recorde no desmatamento na Amazônia. Entre janeiro e dezembro, a floresta perdeu mais de 8.000 km² de área verde. Houve um aumento de 30% em comparação com 2019.Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon.
No ano passado o Pantanal, a maior planície alagada contínua do mundo, sofreu uma destruição histórica provocada por incêndios criminosos, apurados pela Polícia Federal. Mais de 30% do bioma foram completamente dizimados pelo fogo. Milhões de animais perderam a vida
na área que é considerada pela Unesco como Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
Três paraísos naturais brasileiros, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, a Área de Proteção Ambiental em seu entorno e a Reserva Biológica do Atol das Rocas estão ameaçados por uma decisão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) que decidiu leiloar a área para extração de petróleo e gás. São três unidades de conservação marinhas federais protegidas por lei mas que agora estão em grave risco.
A atividade petroleira coloca em risco extinção centenas de espécies, entre elas a Baleia Azul.
Em votação apressada, deputados federais ligados ao Governo Bolsonaro aprovaram um desmonte às regras de licenciamento ambiental, deixando a fauna e a flora brasileiras desprotegidas, assim como terras indígenas e de quilombolas, o que pode favorecer novos crimes e ecocídios oriundos dos rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais.
No encontro dos Líderes Mundiais sobre o Clima, o presidente brasileiro comprometeu-se a atingir a neutralidade das emissões de CO2 e metano até 2050, em resposta à pressão exercida pelo novo presidente dos EUA, Joe Biden. Já no dia seguinte ao encontro, Jair Bolsonaro vetou R$ 240 milhões do orçamento para o Ministério do Meio Ambiente em 2021.
Os povos indígenas do Brasil vêm enfrentando os graves efeitos do desmonte das políticas socioambientais, somados ao descaso do Governo Federal no que se refere à proteção de suas vidas e terras. Os Yanomami e Munduruku são exemplos de povos que sofrem na pele os efeitos dessas atrocidades, e hoje vivem sob risco de um genocídio anunciado.