Alertas de desmatamento na Amazônia e Cerrado batem recorde em março
Foram 36 mil hectares desmatados só na Amazônia, segundo dados do Inpe.
Foram 36 mil hectares desmatados só na Amazônia, segundo dados do Inpe.
Em março de 2021, foram desmatados 367,6km² da Amazônia e 529,3km² do Cerrado. Os dados são do sistema de monitoramento DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), e apontam recorde histórico para o mês de março.
Mesmo com alta cobertura de nuvens, o sistema de alerta conseguiu detectar que ao menos 36 mil hectares de floresta da Amazônia foram perdidos. O aumento é de 12,5% em relação a março de 2020. O desmatamento ocorreu, principalmente, nos estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas.
No Cerrado a situação é ainda pior: o aumento é maior que o dobro em comparação ao mesmo mês no ano passado, representando uma subida de 146%. Os três estados que mais desmataram neste bioma foram Bahia, Tocantins e Minas Gerais.
“O que já é ruim pode piorar, com Ricardo Salles trabalhando contra o meio ambiente e o Congresso Nacional trabalhando para legalizar grilagem, flexibilizar o licenciamento ambiental e abrir terras indígenas para mineração, o desmatamento tende a continuar em alta”, comenta Cristiane Mazzetti, Gestora Ambiental do Greenpeace.
Os alertas do Deter são uma prévia dos dados que serão confirmados até o final do ano por outro sistema do Inpe, o Prodes – este sim crava o dado oficial de desmatamento e segue o calendário de agosto de um ano a julho do ano seguinte. O Deter, sigla para Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real, auxilia órgãos de fiscalização ambiental e, geralmente, apontam números menores do que serão revelados pelo Prodes.