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Festa Guajajara Wira’U’Haw é tema de exposição em São Paulo

Venda de fotos terá toda verba revertida para o Centro Saberes Tukàn, na Terra Indígena Arariboia

Published 06/05/2022
exposição guajajara

Foto: Maxence Loyer

A festa Guajajara Wira’U’Haw pontua o momento em que as meninas se transformam em mulheres aos olhos de sua comunidade. Um importante ritual de passagem que foi fotografado pelo francês Maxence Loyer e se transformou em exposição na Galeria Gabriel Wickbold, em São Paulo.

Para a mostra, serão apresentadas em Wira’U’Haw 15 fotografias e 100% da verba obtida com as vendas, será revertida para a comunidade. A doação tem como objetivo fortalecer a cultura indígena no Brasil, visando o retorno social e a contribuição com o desenvolvimento do Centro de Saberes Tukàn, na Terra Indígena Arariboia no Maranhão.

No Centro de Saberes Tukàn a educação sustentável valoriza a identidade (língua, cantos, dança, rituais etc.), protegendo o meio-ambiente e incentivando as atividades produtivas como alimentos orgânicos, artesanato, remédios naturais, dentre outros.

Foto: Maxence Loyer

Ritual Guajajara

Vale ressaltar que, mais que uma festa, Wira’U’Haw representa o processo de transmissão de saberes e processos de transformação matriarcais e marca uma ocasião em que as meninas-moças recebem muitos cuidados. Uma linhagem de conhecimentos conservados graças à oralidade que é repassada às meninas por bisavós, avós e mães após a menarca.

Ao pôr-do-sol, as meninas-moças são apresentadas portando seus ornamentos e com as tradicionais pinturas de jenipapo. O ritual estende-se por toda a noite, quando as mulheres e os participantes cantam e dançam. Ao nascer do sol, as moças, sentadas sobre as esteiras, passam por um momento de liberação espiritual e física de algumas restrições. Para encerrar, elas oferecem bolinhos de tona aos cantores, lideranças e pessoas próximas.

Um dos povos originários mais numerosos do Brasil, os Guajajara se espalham por mais de dez terras indígenas localizadas na margem leste da Amazônia, no Maranhão, onde enfrentam problemas como a intensa exploração madeireira e caçadores ilegais.

Exposição Wira’U’Haw

Foto: Maxence Loyer

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