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Exposição virtual traz arte indígena contemporânea

Mostra traz vídeos, fotos e áudios produzidos por índios do Brasil e do exterior.

arte indígena contemporânea
Fotomontagem com imagens da exposição Presente Ancestral Indígena – Arte: Ana Júlia Maciel | Jornal da USP

Presente Ancestral Indígena é o nome da exposição virtual de arte indígena contemporânea que está em cartaz na quinta edição da The Wrong Biennale – um dos mais importantes eventos de arte digital do mundo. 

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Através de vídeos, fotografias, desenhos e músicas, 23 artistas indígenas de diferentes regiões e etnias – do Brasil e do exterior – expressam sua arte, sua cultura e suas preocupações com a situação dos povos originários atualmente.

A curadoria da exposição é da artista visual e compositora Tassia Mila, aluna de graduação em Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e indígena pataxó-kiriri, de Jequié, na Bahia.

“Por meio da arte, nós, indígenas de diversas ramas, povos, com suas diferentes histórias, cada um à sua maneira, neste território Pindorama, onde foi inventado o Brasil, nos encruzilhamos e fazemos um coro, um canto, um grito, um barulho, um protesto”, destaca Tassia, em texto que abre a exposição.

Entre as obras apresentadas na exposição estão as fotografias de Pepyaká Krikati, do povo Krikati, do Maranhão. Elas mostram a tradição da pintura corporal daquele povo. “Nós usamos urucum para pinturas corporais, assim como a tinta de jenipapo, que tem sua textura escura azulada. O urucum é vermelho, é essencial e não pode faltar em dias de brincadeiras e festas culturais na aldeia”, explica o artista.

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Pintura corporal com urucum – Foto: Pepyaká Krikati

Uma xilogravura e o vídeo O Verbo se Fez Carne são contribuições para a exposição exibidas por Ziel Karapotó, da nação Karapotó, artista visual multimídia, cineasta, ator e produtor cultural formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Com pouco mais de seis minutos, o vídeo – produzido em 2019 – põe em evidência as diferenças entre as tradições indígenas e o discurso de missionários pentecostais.

Xilografia de Ziel Karapotó – Foto: Reprodução

Os desenhos de Thaysa Aussuba são outra atração de Presente Ancestral Indígena. Aluna de Artes da UFPE, ela utiliza diferentes suportes e pigmentos em suas obras, entre eles tinta aquarela e acrílica. “Busco exercitar o potencial  de transformação afetiva e social pela construção coletiva dos saberes e expressividades”, ela diz.

Desenho de Thaysa Aussuba – Foto: Reprodução

Compositora, poeta, escritora e contadora de histórias do povo Anishinaabe, da região de Ontário, no Canadá, a artista Leanne Betasamosake Simpson exibe a música Under Your Always Light. A respeito dessa obra, ela destaca: “Tanto uma canção de amor quanto um grito de batalha de desafio contra o colonialismo, Under Your Always Light é uma declaração sussurrada de amor pela terra e cria a ambiência para um ritmo hipnótico de sons sinuosos.”

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A curadora Tassia Mila também apresenta trabalhos na exposição. Ela é autora de peças sonoras que reproduzem sons da natureza. Entre essas obras estão Conversando com PássarosCântico do Rio Dos Cânticos Ouvidos na Floresta. “Com as peças sonoras que componho, quero ativar o sentido de que a natureza selvagem, com suas águas, rios, mares, oceanos, animais, plantas, rochas, montanhas, vento, fogo, conta sua história”, afirma Tassia.

A exposição Presente Ancestral Indígena, que faz parte da 5ª Wrong Biennale, está em cartaz até 1º de maio de 2022 neste link.

Fonte: Jornal da USP