Hospital na Paraíba aplica biofilia e neuroarquitetura

Concebido para ser um centro de referência, o HELP (Hospital de Ensino e Laboratórios de Pesquisa) localizado em Campina Grande, na Paraíba, une tecnologia, sustentabilidade e a busca por um ambiente de saúde humanizado. Os recursos arquitetônicos do espaço já renderam até um prêmio internacional.

O HELP possui 30 mil m2 de área construída, o que inclui ambulatórios, internações, pronto atendimento, centro cirúrgico e obstétrico, centro de imagem, UTI, centro de oncologia, medicina nuclear, hemodiálise e centro de estudos e pesquisas. Segundo o escritório Contemporanea Arquitetura e Interiores, o hospital abriga equipamentos e soluções de instalações e sistemas prediais de alta tecnologia, muitos deles ainda pouco comuns no Brasil.

Entre os destaques, foram instalados sofisticados recursos de automação predial para a gestão de seus sistemas e subsistemas, incluindo rede de captação e armazenamento de águas pluviais, sistema de irrigação, sistema inteligente de ar condicionado (renovação de ar, exaustão e resfriamento com pressão negativa e positiva) e sistema pneumático de transporte e distribuição de medicamentos e insumos. Uma rede de tubos interliga todos os setores, buscando uma logística segura e rápida.

“O projeto reúne tecnologia e sustentabilidade, de modo a proporcionar um ambiente avançado para o atendimento médico, bem como, eficiente em termos de consumo dos recursos naturais”, afirma a arquiteta responsável pelo projeto, Carolina Gadelha.

Ainda nas aplicações sustentáveis, o edifício dispõe de uma central solar própria, concebida para sustentar 100% das necessidades do edifício e poupar na conta de luz. O dinheiro economizado na fatura energética será destinado ao apoio a serviços assistenciais, especialmente na área da pediatria.

No que diz respeito à humanização hospitalar, o projeto utiliza recursos da Biofilia e da Neuroarquitetura, incorporando elementos da natureza ao edifício, como jardins internos e iluminação natural, da composição intencional de cores, materiais e texturas, a fim de criar um ambiente terapêutico. A ideia é que seja um ambiente agradável não só para os pacientes, mas também que promova o bem-estar dos colaboradores, acompanhantes e visitantes.

“Os espaços da pediatria foram projetados com um cuidado especial, utilizando conhecimentos da neurociência, psicologia e arquitetura para criar ambientes lúdicos e terapêuticos. As composições de cores, materiais e texturas estimulam a cognição e a criatividade, além de reduzirem o estresse”, detalha a arquiteta.

O hospital na Paraíba foi desenvolvido a partir de uma visão moderna da arquitetura para a saúde, introduzindo uma abordagem de design centrada no ser humano. Com todos esses feitos, a unidade de saúde venceu prêmio internacional de arquitetura, ADC – ARCHITECTURE & DESIGN COMMUNITY, na categoria de edifícios para a saúde. O prêmio reconhece não apenas a excelência do projeto, mas também a visão moderna da arquitetura para a saúde. O edifício é considerado um instrumento transformador capaz de contribuir para os objetivos do hospital: restaurar, acolher e confortar os pacientes.

“Estamos muito felizes com esse reconhecimento. O HELP é um hospital que já nasce no futuro. Um edifício com conceito inovador, pensado sob a perspectiva das pessoas: pacientes, acompanhantes, profissionais da saúde, estudantes e colaboradores. Ele foi elaborado para conectar pessoas que estejam em momentos de fragilidade, ou de muito trabalho e responsabilidade. Um ambiente que favorece o cuidado, a segurança, mas acima de tudo o acolhimento. Um projeto pensado para ser mais que um hospital, um instrumento de amor”, destaca Carolina, arquiteta que é também a diretora do Centro Universitário Unifacisa em Campina Grande.

Com informações da Contemporânea Arquitetura e Interiores, HELP e Unifacisa.