4 lições de Amyr Klink para o uso racional da água
Durante a travessia oceânica entre a África e Brasil o navegador vivia com incríveis 2,7 litros de água por dia.
Durante a travessia oceânica entre a África e Brasil o navegador vivia com incríveis 2,7 litros de água por dia.
Foi no mar, em meio a tanta água, salobra, que o navegador Amyr Klink aprendeu sobre o uso racional da água doce há 32 anos. Sobre esse assunto ele pode falar com autoridade e propriedade. Durante a travessia oceânica entre a África e Brasil (que rendeu o livro “Cem Dias Entre o Céu e o Mar”, em 1984), Klink vivia com incríveis 2,7 litros de água por dia. Essa quantidade era suficiente para fazer tudo: beber, cozinhar, higiene. Pode parecer pouco, mas com essa quantidade de água o navegador não desidratou, nem adoeceu.
Para que isso fosse possível, duas coisas foram essenciais: planejamento e economia. A viagem entre os continentes levou 275 litros e cem dias, menos do que uma caixa d’água comum, que tem, em média, 300 litros. A ONU (Organização das Nações Unidas) recomenda como suficientes até 110 litros de água por pessoa-dia, mas, o navegador defende que apenas dez litros ao dia são suficientes, com conforto, por pessoa.
Klink conversou com o Ciclovivo durante sua passagem por Jundiaí, interior de São Paulo, para palestrar e divulgar a exposição fotográfica “Linha D’Água – o Desafio do Consumo”, no JundiaiShopping – e ensinar que no dia-a-dia também é possível economizar , revendo posturas e sendo mais eficientes com os recursos hídricos.
300 litros ___ x dias
20 litros ____ 1 dia
E uma sugestão: “Bomba de pé”. Essa é a resposta de Amyr à pergunta sobre soluções em massa para economia de água. O sistema que ele espera se popularizar baseia-se numa alternativa testada na prática em suas vivências no mar: acionar a torneira por meio de um pedal para que, bombeando, controlemos a intensidade do fluxo que sai dela de acordo com a necessidade. O registro de pedal, nome oficial do mecanismo, traz a água do reservatório em barcos, que fica no porão, por meio de uma bomba acionada com os pés, que puxa a água tanto na ida – para o uso – quanto na volta, para o descarte.
Por Mari Carla Giro