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Restam apenas 4% da vegetação original nas margens do Velho Chico.

O São Francisco é um dos principais rios brasileiros. No entanto, ao longo dos últimos 200 anos, a influência humana sobre o seu redor e suas águas têm criado um caminho cujo fim é a extinção. Se nada for feito com urgência, a perda pode ser irreparável e irreversível.

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Entre os anos de 2008 e 2012 um grupo com mais de cem pesquisadores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) percorreu 344 mil quilômetros para avaliar e coletar dados sobre a situação do rio, a sociedade e de toda a biodiversidade que forma a Caatinga, bioma exclusivo do Brasil.

O resultado das expedições, lideradas pelo professor José Alves Siqueira, se transformou no livro “Flora das caatingas do Rio São Francisco: história natural e conservação”, lançado em 2012. A obra traz comparativos e apresenta alternativas para tentar reverter o desastre ambiental identificado no bioma. Mesmo tendo sido lançada há três anos, a situação do rio não melhorou desde então.

Logo no primeiro capítulo, o livro já traz uma notícia triste: “A extinção inexorável do Rio São Francisco”. De acordo com os especialistas, a enorme perda de elementos essenciais na fauna e flora locais causaram a ruína do manancial. Além disso, as obras de desvio de águas, agricultura, pecuária, hidrelétricas, indústria e falta de tratamento de esgotos deixam a situação ainda mais grave.

Os dados coletados pelos pesquisadores mostram que, em 2012, já restavam apenas 4% da vegetação original nas margens do Velho Chico. A falta de área verde resulta em erosão e assoreamento em ritmo acelerado. Além disso, o solo ficou mais salobro e a desertificação cresceu, inviabilizando a navegação e extinguindo espécies locais, principalmente de peixes.

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O livro chama a atenção para a adoção de medidas sustentáveis urgentes e para o investimento em conhecimento científico para que novas ações sejam aplicadas com o intuito de conter o estrago. Para Siqueira, dinheiro não é um problema no caminho. Apenas as obras de transposição do rio devem consumir, pelo menos, R$ 10 bilhões. A promessa do governo nacional é de que essa mudança melhore a qualidade de vida na região, mas os pesquisadores não conseguiram encontrar a relação entre a obra e o bem-estar dos habitantes locais. De qualquer forma, o investimento tem colaborado para financiar pesquisas e desenvolver profissionais especializados em Caatinga, que poderão contribuir cientificamente com medidas eficazes para a recuperação do bioma e do Rio São Francisco.

Redação CicloVivo

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