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Amigos de infância fazem bem para saúde até a vida adulta, diz estudo

Nossas primeiras vidas sociais podem ter uma pequena influência em nossa saúde física na idade adulta.

Published 17/04/2018
crianças

Foto: iStock

O tempo gasto com amigos na infância está associado à saúde física na vida adulta, de acordo com dados de um estudo publicado na revista Psychological Science. Segundo a pesquisa, meninos que passam mais tempo com amigos quando crianças tendem a ter pressão arterial mais baixa e menor IMC (Índice de Massa Corporal).

“Essas descobertas sugerem que nossas primeiras vidas sociais podem ter uma pequena influência em nossa saúde física na idade adulta. E não são apenas nossos cuidadores ou circunstâncias financeiras influenciam, mas também nossos amigos que podem ser protetores da saúde”, diz a cientista psicológica Jenny Cundiff da Universidade de Tecnologia do Texas (EUA).

Estudo amplo

O fato da associação ser evidente ao longo de um período de 16 anos, e não ter sido explicado por vários outros fatores potenciais, dá confiança para a pesquisadora sobre os resultados.

Ela explica que não foi realizado um experimento e sim “um estudo longitudinal bem controlado em uma amostra racialmente diversificada”. Por conta disso, acredita que “fornece uma forte indicação de que ser socialmente integrado no início da vida é bom para a nossa saúde independente de vários outros fatores, como personalidade, peso na infância e status social da família na infância”, explica Jenny.

Ideias anteriores

Em muitos estudos anteriores, os pesquisadores descobriram uma associação entre o bem-estar social dos adultos – incluindo suas relações íntimas e fontes de apoio social – e os resultados relacionados à saúde, incluindo fatores de risco cardiovascular. Jenny e a co-autora Karen Matthews, da Universidade de Pittsburgh, questionaram se essa associação poderia ser evidente muito mais cedo na infância, na infância e na adolescência.

Para descobrir, os pesquisadores examinaram dados do Pittsburgh Youth Study, um estudo longitudinal que usaram meninos recrutados para estudar nas escolas públicas de Pittsburgh como amostra. Especificamente, eles examinaram dados de 267 indivíduos na amostra mais jovem, a maioria dos quais eram negros (cerca de 56%) ou brancos (cerca de 41%).

Metodologia

Os pais dos participantes relataram quanto tempo seus filhos passaram com seus amigos durante uma semana média, começando quando os meninos tinham cerca de 6 anos e continuavam até os 16 anos. O estudo também incluiu dados sobre várias características individuais (por exemplo, extroversão e hostilidade na infância, saúde física na infância e na idade adulta) e fatores familiares e ambientais (por exemplo, status socioeconômico na infância, integração social na idade adulta).

Análises revelaram que os meninos que passaram mais tempo com seus amigos na infância e adolescência, como relatado por seus pais, tinham pressão arterial e índice de massa corporal mais saudáveis ​​aos 32 anos. Essa associação ocorreu mesmo após as pesquisadores contabilizarem outras possíveis influências, inclusive saúde física na infância e integração social na idade adulta.

O estudo inclui apenas uma medida de integração social e não inclui medidas específicas de processos fisiológicos ou função cardiovascular. As pesquisadoras esperam que em pesquisas futuras possam considerar outras mensurações que podem ajudar a compreender a ligação entre a saúde e os relacionamentos humanos.

 

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