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ONG solicita que a ONU determine marcação de equipamentos de pesca

O pedido foi feito para evitar a pesca fantasma, que causa impacto na vida marinha e polui os mares.

Published 11/07/2018
tartaruga rede de pesca

Foto: Jordi Chias

A World Animal Protection (Proteção Animal Mundial) solicita aos países membros da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que se comprometam e garantam que até 2025 todas as redes estejam identificadas e marcadas. A medida tem como intuito reduzir o número de animais marinhos mortos pelo abandono destes equipamentos nos oceanos, prática conhecida como pesca fantasma.

Com a marcação, as agências de controle conseguirão realizar fiscalizações mais eficientes e estabelecer punições às empresas e aos pescadores que não mudarem suas operações. Estima-se que 5 a 30% do declínio de algumas espécies marinhas pode ser atribuído aos petrechos fantasma, e esse número tende a aumentar se nada for feito.

“A pesca fantasma é uma situação muito agressiva à vida marinha – mesmo quando comparada aos impactos de outros tipos de lixo marinho. Estudos apontam que, mesmo considerando todas as outras formas de detritos, a atividade impacta cerca de quatro vezes mais a vida nos oceanos em função do emaranhamento causado aos animais”, explica João Almeida, gerente da campanha Sea Change da World Animal Protection no Brasil.

Perigos da pesca fantasma

Espécies importantes da fauna brasileira, como baleia-jubarte, baleia franca austral, golfinhos e tartarugas, são capturadas de forma fantasma. 80% das mortes de tartarugas marinhas no Brasil, por exemplo, são ocasionadas por essa fatalidade. Os animais sofrem com uma morte prolongada e dolorosa, geralmente ocasionada por sufocamento ou fome. Sete em cada dez (71%) animais capturados por esses petrechos acabam morrendo nos oceanos.

Além do intenso sofrimento animal, estes equipamentos fantasmas geram alto impacto ambiental pela demora em sua decomposição, de até 600 anos – no geral são feitos de plástico –, agravando a poluição nos oceanos.

A cada ano, cerca de 640 mil toneladas de equipamentos fantasma são deixadas nos oceanos. Algumas redes perdidas são maiores que os campos de futebol. “Consideramos essa medida um grande passo para minimizar os impactos causados pela pesca fantasma. Atualmente não existem mecanismos eficazes para identificar o proprietário das redes perdidas ou abandonadas – o que torna mais difícil a fiscalização e a punição das empresas e pescadores que praticam operações ilegais”, declara João Almeida.

Pesca fantasma e a World Animal Protection

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