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Rio+20: Brasil é o país que registra maior número de ativistas mortos em 10 anos

A ONG Global Witness realizou um estudo que comprova os altos índices de assassinatos de ativistas que defendem a proteção às florestas. Na última década foram registradas 711 mortes, somente no Brasil 365 pessoas morreram nessas condições.

Published 22/06/2012

A ONG Global Witness realizou um estudo que comprova os altos índices de assassinatos de ativistas, jornalistas e membros de comunidades que defendem a proteção às florestas. Na última década foram registradas 711 mortes, somente no Brasil 365 pessoas morreram nessas condições.

O estudo “Uma crise oculta”, apresentado na Rio+20, serve de alerta para um enorme problema no cuidado ambiental, com destaque para a cultura de impunidade em torno da violência, falta de informação, fiscalização e relatórios de acompanhamento do problema em nível nacional e internacional. Além disso, é necessário atentar para a possibilidade de haver participação governamental ou do setor privado em muitos desses assassinatos registrados.

“Esta tendência aponta para a batalha global cada vez mais acirrada por recursos e apresenta uma imagem mais nítida às autoridades reunidas na Rio+20. Mais de uma pessoa está sendo morta semanalmente por defender os direitos da terra e das florestas”, declarou Billy Kyte, militante da ONG.

A pesquisa foi concluída com base em dados coletados em comunidades, organizações, trabalhos acadêmicos e banco de dados on-line. Através deste estudo foi possível identificar que os países com maior incidência de ativistas assassinados são: Brasil, Colômbia, Peru e Filipinas. Já na República Democrática do Congo, Camboja e Indonésia a preocupação é direcionada a uma possível participação do setor privado nas ocorrências.

 Outro ponto destacado pela pesquisa diz respeito à impunidade, que ocorre em muitos dos locais em que os assassinatos foram registrados. Em poucos casos os agressores foram condenados.

As causas para esses altos números de mortes estão ligadas diretamente aos interesses econômicos quanto ao uso da terra. Aumento do agronegócio, exploração madeireira, mineração e hidrelétricas são apontadas como razões principais para os assassinatos. O estudo cita também a pobreza e marginalização em comunidades que dependem da terra para subsistência.

A publicação é finalizada com um recado direto aos governos, que devem garantir que ativistas possam falar sem medo de serem perseguidos. Além disso, as autoridades precisam fiscalizar os projetos com o intuito de não aprovar negócios que venham a prejudicar as florestas.

Thaís Teisen – Redação CicloVivo

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