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População ribeirinha se une para salvar afluentes do rio São Francisco

Cerca de 300 famílias estão engajadas para recuperar o ecossistema dos afluentes do rio São Francisco. Dentre as iniciativas tomadas pelos ribeirinhos, está a criação de pequenas represas e medidas de reflorestamento das margens dos rios.

Published 05/12/2012

Cerca de 300 famílias estão engajadas para recuperar o ecossistema dos afluentes do rio São Francisco. Dentre as iniciativas tomadas pelos ribeirinhos, está a criação de pequenas represas e medidas de reflorestamento das margens dos rios.

Conhecido como o “rio da integração nacional”, o São Francisco é a bacia hidrográfica mais importante do nordeste. Na região de seu curso, foram construídas nove usinas hidrelétricas, que não trouxeram o desenvolvimento necessário às comunidades que vivem às margens do rio. Além disso, os ribeirinhos dizem que as autoridades nem sequer executam ações de conservação ambiental na região – apenas fazem poucos investimentos em saneamento básico.

Se os governantes não tomam medidas eficazes para o desenvolvimento sustentável da Bacia do São Francisco, as comunidades ribeirinhas estão desenvolvendo uma série de esforços para preservar a área, sobretudo, nos afluentes e subafluentes do maior rio do nordeste.

Em 2001, as famílias que viviam às margens do Rio dos Cochos (MG) começaram a reagir à degradação da área. Apoiados pela Cáritas, organização católica que incentiva mobilizações de desenvolvimento igualitário em todo o país, o movimento cresceu e passou a congregar cerca de 300 famílias de ribeirinhos.

Em 2004, o grupo começou a construir as “barraginhas”- pequenas represas circulares que beiram as estradas e armazenam as águas das chuvas. Elas impedem o entupimento do rio, causado pelos sedimentos que se acumulam no leito. Hoje, existem 850 “barraginhas”, que também distribuem a água das chuvas para os lençóis freáticos. A estratégia de represamento de água é importante para as comunidades locais, já que, na região semiárida, o índice pluviométrico varia entre 250 e 750 milímetros por ano.

Há três anos, os ribeirinhos também unem esforços para preservar as matas da caatinga: eles estenderam uma cerca a 30 metros do leito do rio, a fim de manter a vegetação original. Não precisaram ser plantadas novas árvores, apenas proibir a entrada dos gados na mata, já que a atividade pecuária é uma das maiores vilãs da vegetação local.

A extração de carvão, a monocultura e a atividade pecuária são os fatores responsáveis pela deterioração do rio São Francisco e de seus afluentes. Isso porque o desmatamento das matas ciliares faz com que aumente o número de sedimentos que se depositam no fundo dos rios. Quando acumulados, os resíduos interferem no fluxo das águas, secando as nascentes.Com informações do Tierramérica.

Redação CicloVivo

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