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Pesquisa científica alerta sobre importância dos morcegos no meio ambiente

A revista científica “Science” publicou um estudo revelando a contribuição dos morcegos para a agricultura e o meio ambiente. O artigo serve para determinar a importância desses animais para o equilíbrio ambiental.

Published 04/05/2011

A revista científica “Science” publicou um estudo revelando a contribuição dos morcegos. O artigo serve para determinar a importância desses animais para o equilíbrio ambiental. 

A extinção desses mamíferos significaria uma grande perda para a agricultura, pois eles se alimentam de insetos, que infestam as plantações. Assim também beneficiam a economia, pois são necessários gastos com inseticidas. 

Recentemente, pesquisadores norte-americanos ficaram preocupados com uma doença que acarretou na morte de mais de um milhão de morcegos, segundo o Serviço de Vida Selvagem e Peixes, em algumas regiões dos Estados Unidos. A possibilidade de a doença afetar as áreas de cultivos de frutas e vegetais também preocupam. 

O biólogo Paul Cryan, um dos autores do estudo, disse que muitos questionam a importância dos morcegos, mas para ele o assunto leva tempo para ser explicado e a situação exige urgência. "Sentimos que não há muito tempo para divulgar que os morcegos são importantes e por que são importantes", afirmou. 

Com os morcegos é possível economizar anualmente, no mínimo US$ 3,7 bilhões. "Achamos que algumas pessoas vão discordar dos detalhes e esperamos que isso inicie uma discussão científica mais ampla", disse Cryan. 

Gary McCracken, que também faz parte do estudo disse que os valores não calculam os danos causados ao meio ambiente. “Essas estimativas incluem a economia de aplicações de pesticida que não são necessárias para controlar os insetos hoje consumidos pelos morcegos. Entretanto, não incluem o impacto colateral dos pesticidas sobre os seres humanos, animais domésticos e selvagens e o meio-ambiente”, explicou o pesquisador. 

A doença, descoberta em 2006, é chamada de síndrome de nariz branco. Iniciada em Nova York, ela já atingiu 16 estados entre o Meio-Oeste, Sul, mas a região de maior contaminação foi o Nordeste. E a preocupação é justamente esta: a rapidez com que a doença tem se espalhado. Alguns temem que, se nada for feito, dentro de poucos anos a redução de morcegos seja muito ampla. O que seria uma grande perda para a biodiversidade. 

O estudo buscou detalhar a quantidade e quais tipos de insetos os morcegos se alimentam. As lagartas-das-maças, por exemplo, atacam o algodão, porém 8 gramas destes insetos, que infestam a área do centro-sul do Texas, são ingeridos há cada noite pelos morcegos. 

A energia eólica também tem gerado controvérsias entre ambientalistas. Alguns defendem a ideia de que este tipo de energia, em menor proporção, tem matado muitos morcegos. Segundo os pesquisadores os principais motivos são as hélices das turbinas que ferem os morcegos e a queda de pressão que causa hemorragias internas. Eles se orientam pelo ecolocalização (se guia pelo som dos ecos) e a mudança de pressão não é percebida por eles. 

O artigo da revista alerta sobre a urgência do assunto. “São necessários esforços urgentes para educar o público e os formuladores de políticas públicas sobre a importância ecológica e econômica dos morcegos insetívoros e prover soluções práticas de conservação”.

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