Se não faltam voluntários dispostos a colaborar com a preservação de ursos, tigres, baleias e outras espécies vorazes e afáveis, muitos dos animais com aparência estranha já sofrem riscos de extinção. Primeiro, porque muitos deles são raros na natureza, e, depois, porque há poucas iniciativas e quase nenhum investimento para protegê-los. Na contramão deste cenário, está a associação internacional Ugly Animals Preservation Society, que reúne pessoas dispostas a preservar os animais que não têm boa aparência. Confira o vídeo abaixo (em inglês):
Uma das ações recentemente realizadas pelo grupo de ajuda aos animais foi um concurso informal e bem-humorado, que elegeu o Blobfish (Psychrolutes marcidus) como a espécie mais feia do mundo, e, simultaneamente, pediu apoio para a preservação do animal – um peixe gelatinoso, que habita as águas profundas do litoral da Austrália e da Tanzânia. A lista também conta com um representante brasileiro: a preguiça foi considerada como o 10º animal mais feio do mundo que corre risco de desaparecer.
Com a escolha do Blobfish, os voluntários deixaram claro que não apenas é necessário cuidar dos animais que aparecem nas listas convencionais de espécies de extinção, como também sensibilizar-se com a preservação ecológica de maneira geral. De acordo com especialistas, defender os animais de melhor aparência é uma atitude natural entre os humanos, assim como o apego desenvolvido pelos bebês. Assim, durante o processo evolutivo, a mesma sensação se estendeu aos animais, priorizando, principalmente, os mamíferos mais afáveis.
Entre os animais listados no ranking elaborado pela ONG, figuram o papagaio kakapo, observado na Nova Zelândia, o primata aiê-aiê, considerado como “diabólico” pela população de Madagascar, o macaco-narigudo, cultuado como líder espiritual por algumas religiões da Indonésia, o javali-africano, com seu corpo afunilado e cheio de rugas, o dragão de komodo, ameaçado pela caça ilegal, entre outros.