Bjorn Lomborg, um dos mais famosos céticos do aquecimento global, resolveu mudar de ideia. Conhecido entre os seus oponentes como “Hitler do clima”, o dinamarquês declarou que agora irá lutar contra o aquecimento global.
Em entrevista ao jornal britânico “Guardian” ele afirmou que o aquecimento global é "sem dúvida, uma das principais preocupações que o mundo enfrenta hoje" e “um desafio que a humanidade precisa enfrentar”.
Lomborg ficou conhecido por negar a importância do aquecimento global e dizer que cientistas, ativistas e a imprensa faziam muito barulho sobre o tema. No próximo mês, ele irá lançar um livro pedindo dinheiro em prol da sua “nova bandeira”.
A quantia que ele pede não é nada modesta. Segundo o dinamarquês, serão necessários US$ 100 bilhões por ano para que as iniciativas tragam resultados. “Investir US$100 bilhões por ano significaria que poderíamos resolver fundamentalmente o problema da mudança climática até o final deste século”, conclui ele em seu livro.
Na obra, ele e um grupo de economistas estudaram oito métodos de redução do aquecimento global. Além disso, eles sugerem que seja injetado dinheiro em energias limpas como a eólica e solar e, que boa parte da verba seja investida em ideias novas, que também tragam soluções.
Segundo Lomborg, “não se trata de vivermos com menos, nos sacrificarmos e cortarmos nossas emissões de carbono. Trata-se de tecnologia, de percebermos que há uma vasta gama de soluções” em tecnologias verdes.
O ambientalista cético
Para Lomborg, os custos necessários para combater o aquecimento global eram muito altos, se comparados com o benefício de termos um “planeta ligeiramente menos quente”.
Na obra “O ambientalista cético”, que lhe conferiu projeção internacional, assim como nas suas palestras, o dinamarquês abusou da matemática para mostrar que o controle do aquecimento global seria uma conta que não fechava.
Ele costumava defender que cientistas "pró-clima", exageravam o ritmo do aquecimento global e seus efeitos sobre as pessoas. Bjorn também criticava o “lobby” dos que se beneficiariam dos investimentos pesados em ações ambientais, como, por exemplo, limpar a matriz enérgica.
IPCC
A declaração de Lomborg se deu apenas um dia depois de um grupo de cientistas independentes ter feito uma série de recomendações e críticas ao principal órgão científico das Nações Unidas, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, na sigla em inglês). (confira a matéria)
Um dos pontos críticos do IPCC, que diminuíram a credibilidade do órgão e levaram à revisão independente, foi a afirmação de que as geleiras do Himalaia desapareceriam em 2035. Algum tempo depois, o próprio instituto admitiu ter exagerado sobre o dado.
Quando ainda era cético do clima, Lomborg bateu nessa tecla. Ele afirmou que a matemática do degelo estava errada e que, mesmo que o degelo acontecesse, ele poderia ser benéfico para a China e Índia, pois aumentaria a disponibilidade de água nos países durante o verão.
Com informações da Folha e do Guardian