Uma das maiores preocupações dos cientistas quanto ao aquecimento global e suas consequências é o impacto sobre a produção de alimentos. Com os fenômenos climáticos extremos que vem acontecendo e junto com eles as crises de alimentos; parece que esta preocupação está cada vez mais próxima de se tornar realidade.
Este ano as fortes chuvas na Austrália, a maior da história do país, fez com que boa parte da safra fosse perdida, como ocorrido com a Rússia, no ano passado, quando uma onda de calor devastou a produção de trigo fazendo o país suspender as exportações.
De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) as tragédias climáticas explicam o aumento do preço dos alimentos registrados em janeiro deste ano. Segundo o FAO Food Price Index, índice que mede os preços globais de alimentos, o primeiro mês de 2011 registrou o recorde histórico de alta. Além disso, o índice mostra que o quadro pode se agravar se a seca que vem ocorrendo na China se prolongar.
“Apesar da atual seca ainda não ter afetado a produtividade do trigo, a situação pode ficar crítica se a primavera chegar e não trouxer chuvas ou se as temperaturas de fevereiro ficarem abaixo do normal”, afirma uma nota da FAO divulgada nesta semana. A mesma entidade alertou em um relatório no final de 2010 a relação dos eventos climáticos, a queda na produção e o consequente aumento dos alimentos.
Para que isso não aconteça na China, o governo está tomando uma série de medidas para salvar a produção do trigo, como aumentar a irrigação e distribuir fundos (quase US$15 bilhões) para ajudar os agricultores a financiar os custos do diesel, fertilizantes e pesticidas. Dois terços da produção nacional estão sendo afetadas pela seca, o que significa uma perda de 5,16 milhões dos 14 milhões de hectares existentes. As províncias mais afetadas são as de Shandong, Jiangsu, Henan, Hebei e Shanxi.
O tamanho da crise alimentar será definido nos próximos meses. Caso os eventos climáticos extremos continuem acontecendo nos próximos anos, a crise atual poderá se tornar cotidiano. Além disso, o aumento dos preços pode virar um dos principais motivadores para acirrar tensões sociais podendo gerar guerra civis a exemplo da Somália, com seus 2,5 milhões de famintos. As informações são do Instituto Carbono Brasil.
Redação CicloVivo
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