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Crocodilos cubanos correm risco de extinção por cruzamento com outras espécies

O acasalamento entre crocodilos cubanos e crocodilos americanos estão criando descendentes híbridos que ameaçam a sobrevivência da espécie, que já caiu para cerca de quatro mil animais silvestres em dois pântanos isolados de Cuba.

Published 28/06/2011

O acasalamento entre crocodilos cubanos e crocodilos americanos estão criando descendentes híbridos que ameaçam a sobrevivência da espécie, que já caiu para cerca de quatro mil animais silvestres em dois pântanos isolados de Cuba. O réptil de três metros de comprimento está listado pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) como criticamente em perigo. 

"Isso significa que qualquer perda de animais, seja ela perda de fato ou perda através de hibridação é uma grande preocupação", disse John G. Robinson, vice-presidente executivo para a conservação e ciência da Wildlife Conservation Society. 

Os crocodilos americanos, que são encontrados em todo o Caribe, não são considerados ameaçados pela IUCN. Esses animais têm se mudado cada vez mais para o habitat do crocodilo cubano de água doce remanescentes, que se torna mais salobra ou salgada, devido às atividades agrícolas, explicou Robinson, que não estava envolvido na pesquisa. 

O crocodilo cubano é o mais terrestre dos crocodilos – que andam ao invés de gingar em suas barrigas como outras espécies de crocodilo, conforme acrescentado pelo executivo. 

Para o estudo, o grupo de cientistas liderado por Yoamel Milián-García, da Universidade de Havana, recolheram amostras de DNA de 89 crocodilos selvagens capturados e de dois crocodilos criados em cativeiro. 

Os resultados mostraram que os crocodilos americanos que vivem em Cuba estão mais estreitamente relacionados com crocodilos-cubanos do que às outras populações de crocodilo-americanos na América Central. 

Isto sugere que as espécies norte-americanas e cubanas estão acasalando muito mais do que se pensava. Quando espécies diferentes se encontram, criam-se híbridos, os genes se misturam, e eventualmente, uma linhagem pode causar a extinção de outra. 

Os cientistas não terminaram os estudos comportamentais para descobrir se os híbridos são mais fortes ou mais agressivos, outra possível consequência do cruzamento das espécies. 

Robinson acredita que o estudo "vai ser uma chamada" para os conservacionistas em Cuba, que já fizeram um grande esforço para proteger o pântano Zapata com cerca de três mil crocodilos cubanos. 

Uma estratégia óbvia, segundo ele, seria restaurar o fluxo de água fresca para os pântanos, o que tornaria o habitat menos palatável para o crocodilo americano. 

A pesquisa do crocodílo híbrido cubano-americano foi publicada na última edição da revista Journal of Zoology Experimental

Redação CicloVivo

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