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Unesp identifica bactérias capazes de matar até 90% das larvas do Aedes

Estudo encontrou 6 espécies de bactérias com potencial para serem usadas como biolarvicidas.

Published 29/11/2017

Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, identificaram seis espécies de bactérias com potencial para serem usadas como biolarvicidas no combate ao mosquito Aedes aegypti – vetor de doenças como dengue, Zika, febre amarela e chikungunya.

“Isolamos cerca de 30 diferentes bactérias encontradas no intestino de mosquitos coletados em Botucatu e as colocamos, uma a uma, em contato com as larvas desses insetos. Observamos em seis espécies bacterianas a capacidade de matar entre 60% e 90% das larvas, dependendo do isolado, em até 48 horas”, contou Jayme Souza-Neto, coordenador do Laboratório de Genômica Funcional & Microbiologia de Vetores, em entrevista à Agência FAPESP.

Após alimentar os mosquitos em laboratório com sangue contaminado com o sorotipo 4 do vírus, o grupo observou que apenas 30% dos insetos coletados no interior paulista se contaminavam, enquanto o índice ficava entre 70% e 80% nas outras duas populações.

Por meio de técnicas de sequenciamento de genes em larga escala, o grupo identificou as espécies bacterianas que colonizavam o intestino dos insetos e observou que o microbioma presente nos grupos mais e menos suscetíveis era completamente diferente.

“Começamos então a investigar o potencial dessa microbiota intestinal de atuar como biolarvicida e também como antiviral. Nesse segundo tipo de ensaio, colocamos as bactérias ou os produtos por elas liberados em contato com o vírus da dengue e observamos se o patógeno perde a capacidade de infectar células”, explicou o pesquisador.

Segundo Souza-Neto, o mesmo tipo de ensaio será feito com o vírus Zika em breve. “Se conseguirmos identificar uma bactéria capaz de neutralizar esses patógenos, ela será uma potencial fonte para novos fármacos”, afirmou.

Segundo o pesquisador, serão necessários novos estudos para caracterizar melhor o potencial larvicida dos microrganismos: avaliar as concentrações necessárias para que a ação ocorra, o período mínimo de exposição e o tempo que as bactérias permanecem ativas, entre outros fatores.

A matéria completa você encontra na Agência Fapesp.

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