Ícone do site

Coreia do Sul cobra multa por lixo orgânico para evitar desperdício de alimentos

Os resultados da medida mostram que a cobrança gerou uma mudança de comportamento.

Published 17/06/2016

Foto: Taz/Flickr

Na Coreia do Sul, a população tem que pagar pelo lixo orgânico que descarta. A estratégia faz parte das medias governamentais para reduzir o desperdício de alimentos e minimizar a quantidade de resíduos descartados. O processo é simples: descartou, pagou.

Desde a década de 90, a Coreia do Sul tem investido em projetos de gestão adequada dos resíduos. Além de valorizar sistemas de reciclagem, o governo tem incentivado a população a diminuir a quantidade de lixo produzida. No início dessa mudança governamental a intenção era minimizar a carga nos aterros sanitários. Mas, como isso não era suficiente, as medidas passaram a envolver tecnologias de reaproveitamento e transformação de resíduos e multas para quem continua desperdiçando.

O sistema, apesar de ter uma lógica simples, é bem trabalhoso para os moradores. Todos os resíduos precisam ser separados. Enquanto os materiais secos vão para a reciclagem, os orgânicos são usados para produzir energia ou transformados em adubo. Então, o primeiro esforço da população está na separação.

O lixo orgânico ainda precisa ser colocado em um saco especial, que não é distribuído gratuitamente, e entregue nas lixeiras específicas. Lá, o lixo é pesado e um valor equivalente ao peso é passado ao morador.

Essa estratégia tem colaborado muito para reduzir o desperdício de alimentos no país. Em Seul, por exemplo, o descarte de resíduos orgânicos foi de 3.300 toneladas por dia em 2012, para 3.181 toneladas/dia em 2014. A meta do governo é que a cidade chegue a 2.318 toneladas/dia em 2018.

Em entrevista a um jornal local, Yu Gwang Mo, funcionário da empresa responsável pela manutenção e gestão das lixeiras, explicou que a cobrança gerou uma mudança de comportamento. “As pessoas costumavam comprar um monte de comida e jogar fora as sobras sem muito cuidado. Depois de perceber que eles têm que pagar de acordo com o que descartam, eles começaram a controlar a compra de alimentos.”

Alguns moradores não se sentem confortáveis com o sistema e optam por equipamentos de compostagem doméstica, um investimento que reduz os gastos em longo prazo. Assim, eles também podem produzir os próprios adubos orgânicos em casa.

Redação CicloVivo

 

Sair da versão mobile