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Cidades-sede da Copa de 2014 têm estádios, mas não têm coleta seletiva

As 12 cidades que receberão jogos das seleções internacionais não estão preparadas para a separação e destinação adequada dos resíduos.

Published 11/07/2013

O Brasil está prestes a sediar a Copa do Mundo de futebol e a promessa governamental é de que as cidades-sede tenham muito mais do que novos estádios. A reestruturação esperada parece não ter atingido os sistemas de coleta de lixo.

Uma pesquisa realizada pela BBC Brasil comprova que as 12 cidades que receberão jogos das seleções internacionais não estão preparadas para a separação e destinação adequada dos resíduos. Em nenhum caso, os índices de reciclagem chegaram a 10%. Porto Alegre foi a cidade com melhores resultados, coletando adequadamente 9,1% do lixo produzido.

O montante de resíduos produzidos nestas cidades representa 35% de toda a produção nacional, são, aproximadamente, 91 mil toneladas de lixo diário, que acabam em lixões ou aterros sanitários.

Os índices de reciclagem são mínimos, se comparados à produção. A segunda cidade com o melhor coeficiente foi Belo Horizonte. A capital mineira recicla 7% de seus resíduos totais. Curitiba tem 6%, Brasília 5%, Salvador 2,1%, São Paulo 2,1%, Recife 2%, Rio de Janeiro 1,4%. As outras cidades – Fortaleza, Manaus, Natal e Cuiabá – não chegaram a ter 1% de seu lixo reciclado.

Os especialistas explicam que este cenário é fruto de décadas sem que houvesse uma preocupação específica com a estruturação das cidades para o descarte ecologicamente correto do lixo. Apenas há três anos foi apoiada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que determina o fim dos lixões e torna os fabricantes responsáveis pelo descarte adequado das embalagens pós-consumo.

Atualmente, os sistemas municipais de coleta seletiva não alcançam toda a cidade. Um dos exemplos disso acontece em São Paulo, com o programa de coleta seletiva atingindo apenas 41% dos domicílios da cidade. Mesmo que a logística funcione, muitas vezes os órgãos governamentais não conseguem dar conta de tudo o que é coletado. Em São Paulo, são 20 centrais de triagem e reciclagem, que processam diariamente 221 toneladas de lixo. Para melhorar esses números, o objetivo municipal é inaugurar mais quatro megacentrais de reciclagem que processarão diariamente 250 toneladas de resíduos cada uma. O prazo para a reestruturação expira em 2016.

Em todo o Brasil, apenas 766 dos 5.565 municípios possuem programa de coleta seletiva, conforme pesquisa realizada pelo Compromisso Empresarial pela Reciclagem (Cempre). Apesar de ser baixo, o número já foi ainda pior. O órgão informa que em 1994, apenas 81 cidades brasileiras ofereciam esse tipo de serviço à população.

Redação CicloVivo

 

 

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