Quase metade da população brasileira não tem acesso à rede de esgoto. Uma forma de contribuir para melhorar nossos indicadores seria investir na adoção de tratamentos ecológicos, eficientes e de baixo custo. É o que a prefeitura de Guapimirim, no Rio de Janeiro, começou a fazer por meio do programa “Meu Bairro Agora É Diferente”.
Cinco residências do bairro Sapê foram beneficiadas com a instalação de fossas sépticas ecológicas. O modelo é feito com pneus reaproveitados, tubo para filtragem e sumidouro para a separação de urina e fezes.
Cada fossa utiliza oito pneus, divididos em dois módulos. A conexão é feita diretamente no vaso sanitário. No primeiro módulo ocorre a decomposição dos rejeitos pela ação de bactérias anaeróbicas. A matéria orgânica se deposita no fundo do recipiente, enquanto o líquido gerado segue para o segundo módulo, onde as bactérias continuam atuando. “A parte final sai 80% tratada podendo ser jogada no solo e não contaminando o lençol freático”, afirma Rodrigo Freire, subsecretário do Ambiente e Sustentabilidade da cidade.
Também chamadas de fossas biodigestoras, as unidades tratam o esgoto sanitário de modo eficiente, sem gerar odores, sem gasto de energia elétrica ou de produtos químicos. Além disso, o processo resulta em um composto que pode ser usado como fertilizante natural.
O uso das fossas sépticas diminui muito a carga de agentes biológicos perigosos para a saúde humana. Por meio do sistema ecológico de tratamento de esgoto se reduz a poluição do solo, córregos e rios.
O projeto em Guapimirim foi desenvolvido por meio da Secretaria Municipal de Ambiente e Sustentabilidade e teve a participação da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos para a escolha das famílias.
A fossa ecológica é uma solução de baixo custo que pode ser aplicada em locais onde não há coleta de esgoto. Para replicar a tecnologia, confira o manual de como fazer uma fossa séptica sustentável.