Por Agecom / UFSC
O primeiro satélite da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está em órbita: o FloripaSat-1. O satélite foi lançado ao espaço no dia 20 de dezembro, a partir do Centro de Lançamento de Taiyuan (TSLC), na China, pelo foguete Longa Marcha-4, junto com o CBERS-4A (satélite sino-brasileiro de recursos terrestres).
Até chegar a esta etapa decisiva, o projeto foi desenvolvido por cinco anos e coordenado pelo professor Eduardo Augusto Bezerra, do Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica, que acompanhou o lançamento na China.
Um dos pesquisadores envolvidos, o doutorando em Engenharia Mecânica Edemar Morsch Filho, afirmou que o lançamento foi um sucesso. “Desde então, vários radioamadores ao redor do mundo já estabeleceram comunicação com o satélite. Há relatos de que houve comunicação nos EUA, Alemanha e Japão”, anunciou.
Em seu perfil no Twitter, o FloripaSat confirmou uma boa inserção em órbita. “A equipe está comemorando essa grande vitória e está ansiosa para obter os primeiros dados de telemetria”, publicou.
Desenvolvimento
Desenvolvido por alunos de graduação, mestrado e doutorado dos cursos de Engenharia Elétrica, Eletrônica, Aeroespacial, Automação e Mecânica, o FloripaSat-1 é um cubeSat de pesquisa tecnológica construído em parceria com o programa Uniespaço da Agência Espacial Brasileira (AEB).
No último mês de outubro, membros do SpaceLab estiveram no Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) para testes com o satélite.
Um cubeSat é um tipo de satélite miniaturizado (nanossatélite), medindo múltiplas unidades cúbicas de 10cm e pesando não mais do que 1,33 kg por unidade. O projeto tem vida útil estimada em dois anos e apresenta como principal objetivo “envolver estudantes em uma missão espacial completa, desenvolvendo todos os módulos de um nanossatélite e sua própria estação terrestre de comunicação”.
Objetivos
O propósito do grupo é ter o domínio da tecnologia de construção de um satélite, em vez de comprar as peças prontas e trabalhar somente na montagem. Com o lançamento, os cientistas poderão conhecer o comportamento do dispositivo em seu real ambiente de funcionamento.
O intuito é que a tecnologia desenvolvida possa servir de base para a construção de futuros satélites brasileiros para as mais diversas aplicações. Desta forma, a ciência brasileira poderia se aprimorar tanto na utilização de satélites de monitoramento, quanto na construção de seus próprios equipamentos.
Além da pesquisa e do desenvolvimento de tecnologia para a área espacial, o projeto possui ainda, entre suas finalidades, o fortalecimento do estado de Santa Catarina como um polo na área espacial, visando atrair projetos inovadores e de grande complexidade e estimular investimentos públicos e privados.