Os estudantes dos cursos de engenharia e física da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) lançaram na atmosfera satélites com latas de alumínio usadas. Chamados de CanSats, os equipamentos produzidos com materiais reciclados são leves e capazes de oferecer dados sobre temperatura, pressão e velocidade.
De acordo com uma publicação universitária mexicana, os CanSats conseguiram atingir uma altura aproximada de quatro quilômetros e a queda livre durou até dez minutos, tempo em que os dispositivos instalados nas latinhas captaram as informações da atmosfera e transmitiram-nas para alguns computadores.
Os satélites de lata foram enviados ao céu com uma série de dispositivos eletrônicos, protegidos por espumas e plásticos, responsáveis por proteger o material. A equipe também apostou em paraquedas – além de garantirem maior tempo de queda livre, preservaram o equipamento, que pode ser reaproveitado em outros lançamentos.
Com o aprimoramento das experiências, a tendência entre os pesquisadores é desenvolver tecnologias mais eficientes para a produção sustentável de satélites, além de colaborar para a reciclagem das latinhas, encontrando uma aplicação na ciência para o resíduo, que tem alto valor nas cooperativas de reciclagem e tem potencial de aproveitamento na indústria da moda e do design.
Antes de ser viabilizado como alternativa aos satélites convencionais de alto desempenho, a comunidade acadêmica acredita que a versão de lata terá um uso mais comum nas experiências dentro das universidades. Os CanSats foram testados em uma competição, realizada pela própria UNAM.
Os satélites feitos de latas de alumínio também vêm sendo desenvolvidos em outras partes do mundo, como nos EUA e em alguns países europeus. No Brasil, a Agência Espacial Brasileira havia programado uma competição para este ano, mas, de acordo com o blog CanSat Brasil, o evento não será realizado em 2013. “Fui informado que este ano não deu, pois o prazo era curto. Por outro lado, a competição de 2014 já está sendo preparada”, publicou o blog no final de junho.
Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo