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Engenheiro que virou “lixeiro” recebe o Prêmio Empreendedor Social 2019

Empresa desenvolve projetos que transformam resíduos difíceis em novos produtos e matérias primas que voltam para a indústria

Published 06/01/2020
boomera

Unir a indústria, academia e agentes ambientais em prol da transformação de resíduos difíceis de reciclar, transformando-os em matérias primas ou novos produtos, é a o trabalho de Henrique Guilherme Brammer Jr., fundador da Boomera. A empresa promove a economia circular dando valor a materiais que iriam para aterros sanitários.

O processo envolve diferentes setores para encontrar soluções para resíduos considerados difíceis, como cápsulas de café e fraldas descartáveis. Com pesquisa e desenvolvimento, design de produtos e logística reversa, a empresa atua em toda a cadeia produtiva,  beneficiando diferentes atores do processo e possibilitando que outras empresas cumpram a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O impacto socioambiental da Boomera é robusto – seu fundador foi o vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2019, maior concurso de empreendedorismo socioambiental da América Latina e um dos mais relevantes do mundo.  O trabalho envolve financiamento para universidades e pesquisas, inclusão social de 8 mil catadores de 13 Estados do Brasil, cuja renda saltou de R$ 400 para R$ 1.500 mensais; parceria com 200 cooperativas; e a reciclagem de 60 mil toneladas de plástico. 

Lixo que transforma vidas

Os resíduos recolhidos da Baia de Guanabara, no Rio de Janeiro, tornam-se cones para aulas de educação física; fraldas sujas são convertidas em lixeiras e cabides; embalagens de suco em pó se tornam instrumentos musicais. Hoje, a empresa tem 150 funcionários e deve atingir um faturamento de R$ 100 milhões em 2020.

A empresa possui mais de 100 pontos de coleta de material somente nas lojas do Grupo Pão de Açúcar e a adaptação de uma fábrica em Cambé, no Paraná, que conta com um faturamento de cerca de R$ 40 milhões. Uma nova fábrica, em São Paulo, será aberta para transformar cápsulas de café descartadas em suportes plásticos e porta-cápsulas.

Com uma expansão do negócio consolidada no Brasil, a operação foi expandida para países como Argentina, Chile e Colômbia por meio do CircurlarPark – metodologia que envolve cientistas (de universidades e da Broomera) e catadores de material reciclável para transformarem resíduos difíceis em materiais que voltam para a indústria.

“No futuro, temos como objetivo alcançar parceiros globais e expandir nossos projetos para outros países. Todos têm problemas com o lixo e o planeta ainda adota o modelo linear como premissa. Isso precisa mudar e é possível”, afirma, acrescentando que 1 milhão de pessoas, na cidade de São Paulo, vivem da reciclagem.

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