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Ricardo Galvão recebe prêmio internacional por responsabilidade científica

Associação Americana para o Avanço da Ciência condecorou o pesquisador pela sua atuação em defesa dos dados científicos sobre o desmatamento da Amazônia.

Published 11/02/2021
desmatamento Amazônia

Premiado pela defesa da ciência | Foto: Marcos Santos | USP Imagens

Por Jornal da USP

Reconhecido mundialmente pela defesa da ciência e da proteção da Amazônia, o professor do Instituto de Física (IF) da USP e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, recebeu nesta segunda-feira, dia 8, o prêmio internacional de Liberdade e Responsabilidade Científica da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).

A instituição, que promove a cooperação entre os cientistas, fomenta a responsabilidade científica e a educação para a ciência, além de editar a revista Science, reconheceu o pesquisador pela sua atuação em defesa dos dados sobre o desmatamento da Amazônia. A premiação será realizada durante uma cerimônia virtual da AAAS, nesta quarta-feira, dia 10.

Galvão foi exonerado do cargo de diretor do Inpe em agosto de 2019, depois de rebater críticas do presidente Jair Bolsonaro aos dados do instituto, que indicavam alta no desmatamento na Amazônia. Mesmo fora do cargo, o pesquisador defendeu publicamente a credibilidade dos dados do Inpe e o trabalho dos técnicos do instituto, que é internacionalmente reconhecido como referência no assunto.

Em palestra na USP, logo após ser exonerado do Inpe, Ricardo Galvão disse que o País não iria voltar à época das trevas, mas para isso seus pares precisariam responder com firmeza aos ataques contra a ciência. “Sempre que a ciência for atacada, temos que nos levantar”, disse ele na ocasião. Além disso, afirmou que “a ciência sempre sofreu pressão de poderosos e seus resultados incomodam bastante; e as vezes em que os cientistas recuaram, não foi bom para a humanidade”.

Carreira exemplar

Professor titular do Instituto de Física (IF) da USP, Ricardo Magnus Osório Galvão, de 71 anos, atua na área de fusão nuclear e é considerado pesquisador de renome internacional. Foi nomeado diretor do Inpe em 2016 por Gilberto Kassab, que na época era o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Foi presidente da Sociedade Brasileira de Física e membro do Conselho da Sociedade Europeia de Física. É membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Ciências, Fellow do Institute of Physics.

Em seu curriculum, constam premiações concedidas pelo Centro Internacional de Física Teórica de Trieste, na Itália, por suas contribuições teóricas em equilíbrio e estabilidade magneto-hidrodinâmica, modos resistivos e interação de laser com a matéria; também foi admitido na classe de comendador da Ordem Nacional de Mérito Científico e recebeu a Medalha Carneiro Felippe, que é destinada a premiar brasileiros ilustres que contribuíram para o desenvolvimento das aplicações pacíficas da energia nuclear no País.

Galvão também foi reconhecido em 2019 pela revista Nature como uma das personalidades da ciência mundial.

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