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Morador transforma calçada usada como depósito de lixo em jardim

Flores e arbustos deram nova vida ao local agora considerado cartão-postal da rua e espaço de convivência dos vizinhos.

Published 03/05/2017

Voluntário jardineiro Jocélio Padilha transformou em jardim calçada usada como depósito de lixo em trecho da rua Ary Taborda, no Ganchinho, nos conjuntos habitacionais Novo Bairro I e Novo Bairro IV . Curitiba, 04/04/2017 Foto:Rafael Silva/Cohab

Um trecho da rua Ary Taborda, no Ganchinho, poderia ser apenas o que delimita os conjuntos habitacionais Novo Bairro I e Novo Bairro IV, em Curitiba, não fosse a ação de um jardineiro voluntário. Jocélio Padilha, de 42 anos, transformou em jardim florido e colorido um espaço que antes era usado como depósito de lixo e entulhos. Flores e arbustos deram nova vida ao local agora considerado cartão-postal da rua e espaço de convivência dos vizinhos.

O jardim tem 40 metros de extensão e foi construído na calçada de um condomínio de 112 apartamentos. As espécies escolhidas por Jocélio foram sálvias vermelhas, tajetões amarelos, liríopes, vincas e buxinhos. Porém, a intenção do jardineiro é variar as flores, garantindo a beleza do espaço em todas as estações do ano.

Jocélio mora com a mulher e o filho em um dos sobrados do conjunto Novo Bairro I e construiu o jardim para comemorar a mudança de vida a partir da moradia. A família vivia em uma casa muito precária, em área de ocupação irregular e, em 2011, foi reassentada para o empreendimento que faz parte de um complexo habitacional no Ganchino, na Regional Bairro Novo.

A mudança para a casa própria, conta Jocélio, trouxe perspectivas de um recomeço com mais dignidade, com infraestrutura e a oferta de serviços que garantem melhor qualidade de vida para a família. “Na beira do rio não tinha como planejar o futuro, não dava para investir no que não era nosso. Agora é diferente, somos os donos, temos orgulho de melhorar uma coisa que é da gente”, diz o jardineiro.

Funcionário de uma empresa de paisagismo, Padilha planejava com a mulher, Elizia Belchior, de 43 anos, o dia em que seria possível cultivarem seu próprio jardim. Duas razões motivaram a criação do jardim na rua, no espaço público. A transformação no modo de viver, com segurança e conforto e a gratidão aos vizinhos que permitiram que ele ocupasse como canteiro de obras o espaço agora transformado em jardim.

Nas horas de folga, ele e a família trabalharam para ampliar a cozinha, construir mais um quarto e valorizar a fachada da residência. Os materiais e as ferramentas usados na reforma ficavam guardados na calçada, agora transformada em jardim. “Eu me comprometi com a turma que depois que acabasse de melhorar o meu sobrado deixaria o espaço limpo e bem cuidado. O jardim é um presente para os vizinhos, mas também é um convite para as pessoas ajudarem a cuidar desse lugar que é nosso e que pode ficar cada vez melhor se todos fizerem sua parte”, diz ele.

A construção do jardim levou cinco meses e também foi feita nos intervalos do serviço. Logo que enfiou as mãos na terra, o jardineiro provocou a motivação de parte dos vizinhos que quiseram colaborar. Alguns contribuíram com dinheiro para aumentar o número flores plantadas ou para comprar acessórios usados no paisagismo. Outros preferiram ajudar no plantio e aproveitaram para aprender sobre jardinagem com o vizinho experiente.

A enfermeira Magali Della Grustina foi uma das colaboradoras. Investiu financeiramente e acompanhou de perto todas as etapas, da limpeza do terreno ao plantio das mudas. “O jardim valorizou a nossa rua e todo muito ficou com orgulho de morar aqui”, disse Magali. O filho Jean, de 13 anos, ajudou orientando as crianças da redondeza a protegerem as flores. “No começo a turma vinha arrancar, corriam por cima e quebravam os galhos, mas agora estão vendo que se cuidarem fica bonito para todo mundo”, conta, com orgulho, o adolescente.

Foto:Rafael Silva/Cohab
Foto:Rafael Silva/Cohab

As informações são da Prefeitura de Curitiba.

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