Em 2017, o casal Felipe Gregório e Marina Breves fundaram a Florescer Brasil, uma empresa de impacto social que tem como objetivo universalizar o acesso à agua e esgoto tratado, incentivando economias locais e estabelecendo conexões entre comunidades e possíveis parceiros e organizações.
Felipe é arquiteto e a vontade de fazer o bem sempre o acompanhou. Nascido em uma família de classe média alta paulistana, ele deixou São Paulo para cursar engenharia ambiental em Sorocaba, onde conheceu colegas que moravam na periferia e viviam uma realidade muito diferente da sua.
Com vontade de atuar em projetos com viés social, Felipe trocou o curso de engenharia por arquitetura e, depois de se formar, fundou a Henviro Sistemas Ambientais, já com foco em estações de água e esgoto compactas e soluções de emergência humanitária.
No mesmo ano surgiu a Florescer e Felipe e Marina passaram a se dedicar integralmente a este trabalho, carregado de propósito, com soluções diferentes para cada realidade. “Cada lugar tem a sua realidade, a sua água. Não podemos inventar uma solução em São Paulo e querer replicar. Isso é impossível”, explica Felipe.
Soluções simples e acessíveis
No primeiro ano da pandemia da COVID-19, a necessidade de hábitos simples como lavar as mãos tornaram explícitas a desigualdade social e a falta de acesso de 35 milhões de brasileiros à água. Segundo dados da OMS e Unicef, duas em cada cinco pessoas no Brasil não tem acesso a instalações básicas para higienizar as mãos.
A demanda pelas soluções oferecidas pela Florescer era cada vez mais urgente e Felipe e Marina começaram a instalar pias comunitárias em regiões carentes de São Paulo. As duas primeiras foram instaladas pessoalmente pelo casal no Jardim Colombo, zona oeste da cidade, em abril de 2020.
“Essa sensação de fazer o bem não tem preço. Me sinto completamente realizado.”
Felipe Gregório
De lá para cá, já são mais de 120 lavatórios em mais de 30 comunidades da capital paulista. A ação se repetiu também no Rally dos Sertões. A Florescer participou da ação solidária da competição e instalou quase 300 pias ao longo do trajeto da prova, que incluiu 5 estados do Brasil, impactando a vida de mais de 650 mil pessoas.
A instalação de lavatórios ajuda ainda na geração de renda e engajamento da comunidade local, que é empregada como mão de obra. Outro diferencial é o reaproveitamento de resíduos, no caso tambores.
Em algumas das comunidades atendidas, a Florescer realizou oficinas para a produção do sabão usado nos lavatórios, usando óleo de cozinha usado e dando a destinação correta para mais um tipo de resíduo.