Trazer o verde para uma cidade tomada por prédios pode ser um grande desafio, mas os benefícios fazem valer a pena. A vegetação ajuda a diminuir ilhas de calor, regula a umidade e melhora a qualidade do ar, além de promover a biodiversidade e melhorar a saúde física e mental das pessoas. Se isso tudo for inserido em um ambiente de trabalho, os benefícios chegam a um grupo maior de pessoas. É o caso da sede da empresa Wilmar, em Cingapura.
O projeto do estúdio Eric Parry Architects, com sede em Londres, deu ao prédio comercial uma área verde que combina com o parque que fica ao lado e garante o contato com a natureza para todos que trabalham no conjunto de 20 mil metros quadrados de escritórios e laboratórios. Sete andares de terraços e varandas curvas formam uma verdadeira cascata de jardins.
Além das áreas cobertas de vegetação nos terraços, os arquitetos inda incluíram o verde nas áreas externas. Entre outras comodidades, o condomínio ainda oferece aos funcionários da empresa auditório, refeitório, academia e uma pista de corrida na cobertura.
“A paisagem flui acima e abaixo dos sete andares do edifício, com uma nova praça e uma cascata de terraços ajardinados que proporcionam uma continuação do ambiente do parque”, explica o diretor do estúdio, Eric Parry.
Convidando os visitantes a entrar no complexo, uma grande praça de pé-direito duplo ocupa o térreo do empreendimento. Apresentando caminhos curvos e áreas menores com plantas, a praça envolve um grande jardim central encimado por uma clarabóia. “Em vários pontos ao longo do dia, o espaço será iluminado por um dramático raio de luz solar que passa pelo óculo”, conta Eric.
Ao redor do jardim central, um arranjo de oito colunas revestidas de aço em forma de árvore sustenta os níveis superiores da estrutura.
O arquiteto explica que o projeto foi pensado pensando na integração dos espaços público e privado. “A praça sai diretamente do espaço público e oferece um espaço fresco e seco para descanso, relaxamento e conversas informais”.
De um lado da praça, as paredes do nível mais baixo do edifício são compostas por painéis de vidro inseridos em molduras em forma de diamante, enquanto o volume do outro lado apresenta paredes salientes revestidas com componentes cerâmicos esmaltados.
Um trecho de paredes de vidro de pé-direito único se estende ao longo das paredes curvas do térreo, com uma porta de vidro adicionada à parte envidraçada para permitir o acesso à recepção principal de pé-direito duplo.
Dentro da recepção, grossos painéis de travertino revestem as paredes de altura dupla, refletindo a luz das diversas luminárias espalhadas pelo espaço, incluindo faixas de iluminação e um abajur suspenso projetado para lembrar um bando de pássaros.
Acima do piso térreo, os restantes níveis do edifício são gradualmente recuados para criar espaço para terraços parcialmente sombreados em cada nível. “O clima em Cingapura levou ao uso de passarelas cobertas ao redor dos edifícios para proteger os pedestres do sol e da chuva intensos”, disse o arquiteto.
Repletos de plantações baseadas no projeto paisagístico tradicional chinês, os terraços curvos apresentam jardins e bancos menores, além de oferecer vistas da cidade circundante e do parque público vizinho. “Cingapura tem uma flora e fauna variadas, o que por sua vez inspirou a escolha do plantio biodiverso para a sede da Wilmar”, conta Parry.
Os níveis superiores do edifício apresentam espaços comuns e espaços de trabalho em plano aberto projetados para permitir arranjos flexíveis.