Uma dieta com menos proteína animal ajuda a diminuir o impacto ambiental causado pela agropecuária e pode ser fundamental para combater a crise climática. Deixar de comer carne também pode ajudar a melhorar a nossa saúde. Mas, um novo estudo, mostra que esta escolha pode estar relacionada também com a nossa percepção de felicidade.
Pesquisadores americanos entrevistaram 11.537 pessoas nos Estados Unidos e descobriram que os veganos são na verdade mais felizes do que os onívoros, colocando-se em 7,27 em uma escala de 1 a 10 em termos de felicidade pessoal. Comedores de carne, por outro lado, têm uma classificação de felicidade média de 6,80, fazendo uma diferença de 7%.
Um outro dado interessante é que, entre os que não são veganos, as pessoas mais felizes são as que têm maior probabilidade de se tornarem veganas no futuro. A pesquisa descobriu que, dos 8.988 comedores de carne pesquisados, “aqueles que relataram índices de felicidade mais elevados tinham maior probabilidade de adotar uma dieta 100% vegetal no futuro”.
No entanto, essas transições tendem a ocorrer mais cedo na vida; pessoas mais velhas têm menos probabilidade de adotar uma dieta vegana, pois se acostumaram a uma certa maneira de comer.
“Não é de se admirar que os veganos sejam mais felizes”, disse Mimi Bekhechi, vice-presidente de Programas Internacionais da PETA, em resposta aos resultados do estudo. “Ao poupar o sofrimento dos animais, ajudando a salvar o planeta e melhorando sua própria saúde, os veganos podem desfrutar de paz de espírito e de uma consciência limpa.”
Por que o veganismo?
Os motivos que levaram as pessoas a escolher o veganismo ou o vegetarianismo também foram analisados. Aproximadamente um terço (32%) faz isso pelo meio ambiente, seguido pela preferência pessoal e depois pela crueldade contra os animais.
Aqueles que o fazem por motivos ambientais relatam a maior felicidade, com uma pontuação média de felicidade de 7,72. Pessoas que são veganas para combater a crueldade contra os animais são as menos felizes, com uma avaliação média de 6,77. Talvez eles se sintam mais afetados pelo sofrimento dos animais.
Uma tendência crescente
De acordo com os pesquisadores, o mundo está cada vez mais receptivo ao veganismo. A afirmação tem como base a relação inversamente proporcional entre a idade dos entrevistados e a probabilidade da adoção de uma dieta sem carne: quanto mais jovens, mais as pessoas declaram que podem se tornar veganas no futuro.
Francine Jordan, porta-voz da Vegan Society “O veganismo não é mais retratado como um estilo de vida incomum; é fácil e acessível. Você pode entrar em qualquer supermercado e ser saudado por uma grande variedade de produtos à base de plantas ou entrar em qualquer restaurante e ser presenteado com um menu vegano empolgante. Nunca houve foi uma época melhor para ser vegano e é ótimo ver que os veganos também estão muito mais felizes!”
Deixar de consumir carne e produtos de origem animal é uma escolha pessoal. Para quem não considera esta mudança de forma permanente, é possível tentar diminuir o consumo e avaliar o impacto desta escolha. Quem sabe, esta pesquisa seja mais um incentivo para que as pessoas experimentem uma nova dieta.
Realidade
Apesar destes resultados, o consumo de carne nos Estados Unidos não mostra sinais de desaceleração, mesmo com a pecuária sendo apontada como responsável por grande parte das emissões globais de gases de efeito estufa, uso e contaminação da água, aumento da resistência aos antibióticos e disseminação de doenças.
No Brasil, o consumo de carne caiu muito. Mas é importante ressaltar esta alteração está em grande parte relacionada ao aumento do produto e à crise econômica do país.
Com informações de Tracking Happiness