14 propostas para reduzir os impactos do coronavírus nas favelas
Medidas foram listadas pela Central Única das Favelas (Cufa).
Medidas foram listadas pela Central Única das Favelas (Cufa).
Falta de água recorrente em casa, trabalho informal e nenhuma garantia de direito social. Esta é a realidade de milhares de brasileiros, especialmente de quem vive em comunidades. Como isolar um parente suspeito de COVID-19 quando se divide um único cômodo com toda a família? As condições são precárias e não haverá contenção da doença se o poder público não tomar atitudes.
Cientes desta questão, a Central Única das Favelas (Cufa) está chamando atenção para alguns números: 77 milhões de pessoas estão no cadastro único; 66 milhões de pessoas de renda muito baixa (menos de ½ salário mínimo per capita); 41 milhões no bolsa família; 11 milhões com renda não muito superior a ½ SM.
A organização listou uma série de recomendações para reduzir os impactos da pandemia nos territórios das favelas.
Distribuição gratuita de água, sabão, álcool 70º em gel e água sanitária em quantidade suficiente para cada morador das favelas brasileiras.
Organização em mutirões do Sistema S e das Centrais de abastecimento para a distribuição de alimentos durante os meses de março, abril, maio e junho, meses em que são esperadas muitas pessoas infectadas pelo novo Coronavírus.
Essa distribuição de alimentos, principalmente para as famílias que tenham crianças, idosos ou pessoas com maior risco de contraírem a COVID-19, é uma medida humanitária urgente: tanto para manter a alimentação para as crianças que não estarão frequentando a escola, quanto para manter a integridade imunológica das pessoas mais suscetíveis ao vírus.
Aluguel de pousadas ou hotéis para idosos e grupos vulneráveis com estrutura para repouso; nas favelas, na maioria dos lares, não há possibilidade de isolamento, o que compromete a saúde de todos.
Parceria com agências locadoras de veículos ou com operadores de transportes de passageiros (vans e ônibus) para a locomoção imediata de pessoas infectadas para centros de saúde, quando houver indicação médica.
Instituição do Programa de Renda Mínima para as famílias já inscritas no Cadastro Único e adicional de renda para os cadastrados no Bolsa Família. Aumento do apoio financeiro para famílias já inseridas no programa de tarifas sociais.
Decreto apoiando economicamente as micro e pequenas empresas que tenham autorizado seus funcionários a permanecerem em casa (sem desconto no pagamento).
Apoio às empresas de água, luz e gás que isentarem o consumidor do pagamento durante 60 dias, para famílias com renda de até 4 salários mínimos.
Incentivo para que a população compre dos pequenos comerciantes, mais frágeis frente aos problemas econômicos advindos da pandemia.
Liberação de pontos de internet junto às empresas de fibra ótica para garantir acesso universal à rede. Isso é primordial para a comunicação de medidas de prevenção e cuidados para a população.
Financiamento para as redes de comunicação próprias de cada favela: rádios comunitárias, sites, jornais impressos ou virtuais, TVs.
Apoio financeiro específico para as famílias das crianças que estarão impedidas de frequentar as creches e para
Apoio financeiro específico para famílias com pessoas portadoras de deficiência.
Criar uma rede de comunicação com apoio técnico do Ministério da Saúde para filtrar e fazer verificações, em tempo real, das informações compartilhadas em redes sociais para as favelas.
Ampliação das equipes de Saúde da Família para prevenir e informar as favelas, para que se evite lotação nos hospitais.
Publicado na última quarta-feira (18), o documento está aberto para sugestões e será levado até os poderes públicos executivos e legislativos.
Para mais informações acesse o site da Cufa.