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Em maio de 2019, o mundo tomou conhecimento de que há plástico até na Fossa das Marianas – o ponto mais profundo do planeta Terra. A notícia causou espanto, mas a verdade é que sabemos muito pouco sobre a dimensão da poluição plástica nos oceanos. Um estudo do Instituto de Oceanografia, da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), revela que o plástico sintético está poluindo nosso registro fóssil. 

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A pesquisa examinou quase 200 anos de sedimentos costeiros na Bacia de Santa Bárbara, na Califórnia, onde há quase total ausência de oxigênio. Por lá, as camadas sedimentares estão impregnadas por micropartículas – possivelmente oriunda das águas residuais que chegam nos oceanos. Os cientistas conseguiram analisar sedimentos datados de até 1843.  

Apesar da maioria dos plásticos terem sido inventados na década de 20, os depósitos de plástico aumentaram no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e começaram a dobrar a cada 15 anos. Também foram sendo diversificados os tipos plásticos. 

O aumento corresponde a um aumento na taxa de produção de plástico em todo o mundo e o crescimento da população costeira da Califórnia.  

Os microplásticos mais encontrados foram tecidos sintéticos de vestuário. O que mostra que talvez estejamos subestimando os fiapos que são liberados durante as lavagens de roupa. Outro tipo encontrado foi o plástico filme, muito usado nas cozinhas e nos aeroportos.

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“É ruim para os animais que vivem no fundo do oceano: recifes de coral, mexilhões, ostras e assim por diante”, afirmou a líder do estudo Jennifer Brandon. “Todos aprendemos na escola sobre a idade da pedra, a idade do bronze e a idade do ferro – essa será conhecida como a era do plástico? É assustador que será por isso que nossas gerações serão lembradas”. 

À medida que mais estudos surgem fica cada vez mais evidente e mais comprovado que os plásticos estão presentes em tudo. A pesquisa oceanográfica é importante, apesar de, muitas vezes, não ganhar a atenção devida no debate público. “Sabemos que os mares exercem uma função-chave para a nossa existência. Sua imensidão, porém, é menos investigada do que a superfície da Lua”, disse certa vez Marcio Weichert, coordenador do Centro Alemão de Ciência e Inovação São Paulo. 

A opção por reduzir o uso de plástico no cotidiano certamente é válida, mas será preciso ações bem mais amplas e estruturais para mudar o rumo que a humanidade tomou. Confira o artigo Parece absurdo, mas comemos e respiramos microplásticos diariamente.

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Estudo completo em inglês.