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Projeto conta com mais de 11 mil sons emitidos por animais

Um dos maiores acervos do mundo de sons emitidos pelos animais – como o canto dos pássaros, o coachar dos sapos ou o cricrilar dos insetos – pertence à Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard, na Unicamp.

Published 04/02/2013

Um dos maiores acervos do mundo de sons emitidos pelos animais – como o canto dos pássaros, o coachar dos sapos ou o cricrilar dos insetos – pertence à Fonoteca Neotropical Jacques Vielliard, do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Muitas das vocalizações dessa coleção iniciada na década de 1960, no entanto, não dispõem de informações essenciais para os biólogos interessados em estudar o comportamento animal – como a temperatura e o índice pluviométrico no momento em que o som foi captado.

Um estudo, realizado no Instituto de Computação (IC) da Unicamp, pretende enriquecer as informações sobre as vocalizações reunidas na fonoteca, com dados climáticos e ambientais do dia, hora e local em que elas foram registradas.

“Percebemos que, pelo fato de muitos registros da fonoteca serem antigos, diversas informações importantes sobre eles estavam faltando”, disse Daniel Cintra Cugler, autor do estudo.

Boa parte dos registros foi feita a partir dos anos 1960 pelo ornitólogo francês Jacques Vielliard, falecido em 2010, que era professor da Unicamp e dá nome à fonoteca.

Segundo Cugler, a escassez de recursos tecnológicos da época dificultava o registro dos fatores climáticos que influenciam o comportamento animal no momento da captura dos sons. As vocalizações dos animais podem variar, por exemplo, com a temperatura, a estação do ano e a ausência ou presença de chuva.

Os resultados do estudo poderão ajudar biólogos a fazerem análises mais precisas do comportamento de animais com base nos sons e a estabelecer estratégias de conservação de espécies em risco de extinção.

“Os biólogos que fizeram as coletas em campo gravaram o som de um animal, mas provavelmente não tinham um termômetro para medir a temperatura do ar no momento. Por isso, só mencionaram o local onde o som foi registrado, sem informar, além da temperatura, a altitude do local, por exemplo”, explicou Cugler.

Ajuda de outras fontes – A fim de recuperar esses dados, Cugler começou a desenvolver um sistema no qual, ao dar as coordenadas do local, dia e horário em que a vocalização de um animal foi coletada, é possível obter da Nasa, a agência espacial norte-americana, informações como temperatura e velocidade do vento naquele instante.

Na internet – No fim de 2011, foi colocado no ar um website com mais de 11 mil vocalizações do acervo já digitalizadas, com o objetivo de compartilhá-las e disponibilizá-las para a comunidade científica da área e interessados nesse “gênero musical”. O site já foi acessado por usuários de mais de 60 países.

Atualmente, o website permite o acesso às vocalizações para pesquisadores autorizados e o acesso público às informações gerais relacionadas a elas, como o nome da espécie e o local, dia e horário em que o som foi capturado ou as condições de gravação.

Da Agência Fapesp

 

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