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Poluição mata quase seis vezes mais que trânsito em São Paulo

Em 2009, o ar poluído da cidade de São Paulo matou 8.169 pessoas, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. O número é 5,9 vezes maior do que a quantidade de pessoas mortas por acidentes de trânsito.

Published 10/09/2010

Em 2009, o ar poluído da cidade de São Paulo matou 8.169 pessoas, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. O órgão afirma que o ar de má qualidade afeta mais idosos e está relacionado à concentração de poluentes na atmosfera e falta de áreas verdes e arborização. O número é 5,9 vezes maior do que a quantidade de pessoas mortas por acidentes de trânsito (em 2009, 1.382 pessoas morreram em acidentes nas ruas).

As pessoas afetadas pela poluição morreram de doenças respiratórias, como pneumonia, câncer de pulmão, enfisema e asma. Os dados, que foram tabulados pela ONG Movimento Nossa São Paulo, mostram que a mortalidade por doenças do aparelho respiratório são menos incidentes na periferia. Em Perus, no extremo da Zona Norte, foram registradas 72 mortes em 2009 (53 a cada 100 mil habitantes).

O patologista Paulo Saldiva, da USP, disse ao jornal MTV Na Rua que os fatores socioeconômicos não podem ser desconsiderados. “A pobreza aumenta em seis vezes o impacto da poluição na saúde. Pessoas de menor renda passam mais tempo expostas à poluição em grandes corredores de tráfego e vivem mais próximas de avenidas movimentadas, onde há mais poluentes.”

O ar mais poluído de São Paulo

Com 385 mortes, o bairro da Mooca, na Zona Leste da capital, foi o que registrou o maior número de fatalidades graças à má qualidade do ar, com aproximadamente 130 casos a cada 100 mil habitantes. Em seguida, com 380 mortes, vêm o bairro de Santana, com uma média de aproximadamente 125 casos a cada 100 mil moradores; e Lapa, na Zona Oeste, com 305 mortes.

Dados da Companhia de Saneamento Ambiental do Estado (Cetesb), mostram que a Mooca tem o pior ar de São Paulo. No final do mês passado a área registrou o maior nível de poluição entre as 40 regiões do Estado monitoradas pela empresa, incluindo o perímetro industrial de Cubatão.

O nível de ozônio na Mooca chegou a 203, o máximo recomendado seria 101. Além de poucas árvores, o bairro fica ao lado da Radial Leste, uma das avenidas de maior trânsito da capital.

Com informações do MTV Na Rua e do Movimento Nossa São Paulo

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