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Plástico é encontrado no ponto mais profundo dos oceanos

Entre os itens, foram encontrados uma sacola plástica e embalagem de bala.

Published 16/05/2019

O norte-americano Victor Vescovo chegou com um submarino a quase 11km abaixo das ondas (10.927m para ser mais exato), na Fossa das Marianas, situado no Pacífico. Um feito incrível, mas que chamou atenção por outra razão: até lá foi encontrado resíduos plásticos.

A região é conhecida como o ponto mais profundo do planeta Terra. Apenas uma única vez uma expedição foi até lá, na década de 60, comandada pelo tenente da Marinha dos Estados Unidos Don Walsh e pelo engenheiro suíço Jacques Piccard. Esta última chegou mais fundo e demorou mais tempo: Por quase quatro horas, Vescovo explorou a base da fossa -, onde coletou materiais orgânicos e inorgânicos que serão estudados em laboratório.

Entre os itens, foram encontrados uma sacola plástica e embalagem de bala. Também foram vistos espécies de crustáceos (acredita-se, ainda não catalogadas) e um peixe-caracol rosa. Cientistas também devem realizar testes das espécimes coletadas para verificar se há presença de microplásticos.

“Cruzei todo o fundo procurando por diferentes animais selvagens, formações geológicas ou pedras potencialmente únicas, objetos feitos pelo homem, e sim, tentando ver se havia uma localização ainda mais profunda do que a realizada em 1960”, afirmou Vescovo à CNN.

Oficial da marinha aposentado, Vescovo já desceu até a Fossa de Porto Rico, no Oceano Atlântico, a fossa sul do Atlântico Sul e a Java Trench, no Oceano Índico. A próxima será o Molloy Deep no Ártico. As viagens fazem parte da expedição Five Deeps que está sendo financiada por ele mesmo e filmada pelo Discovery Channel. A série documental vai ao ar no final de 2019.

Nenhum lugar está a salvo

A descoberta de plástico no fundo do oceano é mais um indício de que o problema é maior do que se imagina. Em 2017, um estudo descobriu 37,7 milhões de peças de plástico na Ilha Henderson, uma das mais remotas do mundo. Sem habitantes, a quantidade é absurda, até porque, segundo os pesquisadores, a ilha só é visitada a cada cinco ou dez anos para fins de pesquisa. O problema é que sua localização, próxima ao centro da corrente oceânica do Pacífico Sul, favorece que seja um “depósito de lixo” para detritos da América do Sul ou depositado por barcos de pesca.

Foto da capa: Five Deeps Expedition/Divulgação

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