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ONG instala chip em árvores para conter desmatamento ilegal no MT

Projeto coordenado pela ONG Ação Verde monitora, por meio de microchips instalados em 2.500 árvores, a origem e o destino de cada uma delas, ajudando na redução do desmatamento em Mato Grosso.

Published 15/10/2010

Para fornecer dados sobre a exploração da mata em Mato Grosso, um projeto piloto foi desenvolvido pela Organização Não Governamental Ação Verde. O objetivo é instalar microchips em árvores informando sua localização, tamanho e período de corte, para que os compradores de madeira possam diferenciar o produto de outros que sejam ilegais, vindos de desmatamento, por exemplo. O teste foi realizado numa área de cem hectares na fazenda Carandá, na cidade de Nova Mutum, totalizando 2.500 árvores “chipadas”.

A melhor alternativa de exploração florestal é o manejo sustentável, que garante a conservação da floresta e preservação ambiental. Neste tipo de exploração somente árvores adultas podem ser extraídas num ciclo rotativo de mais de 30 anos permitindo a renovação da floresta, respeitando a biodiversidade e promovendo o sequestro de carbono que acontece durante toda a vida da árvore, mas principalmente durante seu crescimento.

Para os desenvolvedores do projeto, porém, ele está muito além do manejo sustentável. Munido de um sistema de monitoramento e rastreamento eletrônico e um conjunto de ferramentas e softwares, o projeto visa proteger a Amazônia de cortes ilegais de florestas, pois no microchip ficam cadastradas todas as informações da árvore que vai desde sua localidade (origem) até sua chegada em uma serralheria (destino).

Para captar informações em movimento foi utilizada a tecnologia – Radio Frequency Identification (RFID), que utiliza uma freqüência de rádio que pode ser acompanhada em qualquer parte do mundo, em tempo real. Possibilitando uma gestão adequada da floresta, a criação de um plano de manejo de forma compartilhada por todos os envolvidos o processo.

Um dos integrantes da Ação Verde, o engenheiro florestal Paulo Borges, disse que este sistema é capaz de provar que as madeiras são provenientes de práticas de manejo florestal sustentável. Patrik Lunardi, membro da família proprietária da fazenda que permitiu o projeto, quer provar aos estrangeiros que aqui no Brasil os agricultores se preocupam com o meio ambiente.

Através desta tecnologia é possível mostrar aos compradores se o volume da madeira é correspondente ao volume comprado ou se a tora teve o curso planejado; ela mostra também o registro dos responsáveis em cada etapa do manejo.

Esta nova proposta contribui com o setor produtivo, com as indústrias madeireiras e com o meio ambiente. O manejo florestal eletrônico é um grande passo para obter a certificação da origem da madeira e, principalmente, é um mecanismo de preservação e conservação das florestas que pode ajudar no combate à exploração ilegal da madeira.

Bolívia e Nigéria usam o monitoramento com leitores de códigos de barras ou de localização por satélite. Outro projeto semelhante, cujo dispositivo eletrônico é implantado em árvores e pode ser monitorado a partir de uma central, foi desenvolvido pelo Instituto Web Florestal Planet, sediado em Cuiabá.

Com informações da Globo Amazônia

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