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Cientistas descobrem recife de corais mais alto que Empire State na Austrália

Depois de 120 anos, pesquisadores descobriram um novo recife independente da Grande Barreira de Corais da Austrália

Published 06/11/2020
recife de corais austrália

Barreira de corais, na Austrália. Foto: Schmidt Ocean Institute

Uma descoberta literalmente enorme: um recife de corais medindo 499,8 metros de altura foi encontrado por cientistas na Austrália. Este é o primeiro recife isolado da Grande Barreira de Corais australiana descoberto em 120 anos e é mais alto do que grandes arranha-céus, como o famoso Empire State, em Nova Iorque.

A descoberta aconteceu na região ao norte de Queensland por cientistas Schmidt Ocean Institute e foi necessária a ajuda de um robô subaquático apelidado de Subastian para medir toda a extensão do recife.

“Sempre soubemos que a Grande Barreira de Corais não estava 100% mapeada nas águas profundas do parque marinho, ao norte” diz o pesquisador Robin Beaman, da Universidade James Cook.

A primeira vez que o recife foi avistado foi em 20 de outubro, quando alguns pesquisadores estavam realizando o mapeamento do solo marinho. Então, os cientistas decidiram voltar alguns dias depois com o robô para explorar o novo recife e fizeram uma transmissão ao vivo do mergulho.

“Nossa primeira impressão era de que este recife fosse mais raso. Mas quando começamos a investigar era como se estivéssemos descobrindo uma grande montanha. Dava para identificar todas as dimensões e seguimos registrando e registrando… Foi emocionante.”

O recife descoberto em outubro tem aproximadamente 500 metros de atura. Foto: Schmidt Ocean Institute

O recife foi descrito como uma “forma tubular”. De acordo com os cientistas ele tem cerca de 1449 metros na base e 499,8 metros em seu ponto mais alto – o Empire State tem 381 metros.

Existem outros 7 recifes isolados que já foram mapeados desde 1800, incluindo o recife localizado na ilha Raine, um importante ponto de desova das tartarugas marinhas na região.

“Apenas 20% no solo marinho está mapeado com o nível de detalhamento que estamos usando para mapear esta área”, revela o Dr. Jyotika Virmani, diretor executivo do Schmidt Ocean Institute.

O recife descoberto em outubro tem aproximadamente 500 metros de atura. Foto: Schmidt Ocean Institute

“Descobrir um recife de corais desta magnitude na região da Grande Barreira de Corais, que muitos pensam que já é bastante conhecida, só mostra que ainda existe muito a se aprender e descobrir. Imagine o que não Podemos encontrar pesquisando os 80% do solo marinho que não foi estudado com este detalhamento”, finaliza Virmani.  

A Grade Barreira de Corais é o maior recife de corais do mundo, cobrindo uma área de mais de 241 mil quilômetros quadrados que inclui 3 mil recifes, 600 ilhas continentais, 300 ilhotas e 150 áreas de mangue. ,

Os recifes são o habitat de mais de 1650 espécies de peixes, 600 espécies de corais, 133 variedade de raias e tubarões, mais de 30 espécies de baleias e golfinhos e centenas de outras formas de vida marinha.

Mas, este ecossistema está em perigo. Nos últimos 25 anos, metade da população de corais foi perdida, de acordo com um estudo publicado em outubro no periódico Proceedings of the Royal Society. E a tendência é que este declínio continue, a não ser que medidas urgentes sejam adotadas para diminuir os efeitos das mudanças climáticas.

Foto 4 – Imagem capturada durante exploração do recife descoberto. Foto: Schmidt Ocean Institute

“Chegamos acreditar que a Grande Barreira de Corais estivesse protegida por suas grandes proporções, mas os resultados dos estudos científicos mostram que mesmo a maior barreira de corais do mundo e o seu ecossistema relativamente protegido está em crescente comprometimento e declínio”, alerta Terry Hughes do Centro de Excelência de Estudos de Recifes (Excellence for Coral Reef Studies).

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