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Lixo marinho vira quilhas de pranchas de surf e brinquedos

Iniciativa fecha o ciclo da cadeia produtiva do material diminuindo a poluição nos oceanos.

Published 22/06/2021
transformação plásticos

Quilhas de prancha fabricadas com material reciclado, oriundo de redes de pesca. Foto: Divulgação

Criada para mitigar os impactos causados pelo descarte indevido dos resíduos plásticos no meio ambiente, a ONG ECO Local Brasil nasceu em 2002. A instituição realiza ativações ambientais de limpeza de praia, principalmente no litoral Sul e Sudeste.

Até agora, já foram transformadas mais de 70 toneladas de plástico por meio de logística reversa. Para tanto, são desenvolvidas centenas de ações, entre coleta de resíduos nas praias, visitas a escolas para conscientização dos alunos e doação de objetos feitos com a matéria-prima reciclada – como quilhas de surf e brinquedos.

A organização também conta com uma rede de projetos parceiros em todo o litoral Sul e Sudeste. Eles enviam os resíduos para a instituição, que os devolve em forma de matéria-prima transformada. “O que nós entendemos, como ONG, é que não basta ficar apontando para o problema. É preciso também chegar com a solução. Por isso a gente encabeçou essa responsabilidade”, conta o fundador da ONG, Filipe Oliveira. “Nós entendemos que seria importante também sermos responsáveis pelo transporte e por dar um destino final àquilo que a gente coleta”.

Após 16 anos de atuação, em 2018, seus participantes entenderam que não bastava recolher, era preciso também tratar. Então, a ONG se reorganizou e criou também uma empresa na área de prestação de serviços para fazer o gerenciamento do material por categorias. O plástico retirado das ações ambientais é transformado em pellets (grânulos) sustentáveis, com os quais as indústrias fabricam novos produtos. A instituição também produz seus próprios objetos, que vão desde bancos de praça e lixeiras até quilhas para pranchas de surf.

Reciclagem em números

Em 2019, o Brasil reciclou 838 mil toneladas de plástico, um aumento de 10% em relação a 2018, segundo dados da pesquisa da reciclagem do Plástico, realizada anualmente pelo PICPlast. O estudo também mostra diminuição de 15,1% nas perdas do processo de reciclagem. Ainda que o país tenha avançado quando o assunto é reciclagem, há muito a ser feito.

O Movimento Plástico Transforma, criado em 2016, tem como objetivo reforçar conceitos como consumo consciente, destinação correta dos resíduos, reciclagem de plásticos pós-consumo e transformação em novos produtos, avalia que é necessária uma adaptação da indústria e dos consumidores à nova realidade. Segundo a instituição, a pesquisa demonstra que os principais motivos de perda no processo da reciclagem são de contaminação da sucata por descuido no descarte e, também, por triagem desqualificada. Cerca de 45% dos materiais coletados são PET, material reciclável.

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