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Após ser declarado biologicamente morto, Rio Tamisa renasce

Novo relatório mostra que peixes, focas, tubarões, enguias e até cavalos marinhos voltaram às águas do famoso rio inglês

Published 01/12/2021
Rio Tamisa

Foto: Zoological Society of London (ZSL)

O novo relatório sobre o “Estado do Rio Tamisa” é motivo de orgulho e inspiração: o rio, que já foi declarado biologicamente morto devido à poluição das suas águas, é hoje o habitat de cerca de 115 espécies de peixes. Esses peixes, por sua vez, alimentam três espécies de tubarão que nadam rio acima em busca de comida. Cavalos marinhos, enguias e até focas também voltaram para às águas do Tamisa.

O relatório destaca o trabalho gradativo de despoluição do rio nos últimos 60 anos. “Este relatório nos permitiu realmente observar o quão longe o Tamisa chegou em sua jornada de recuperação desde que foi declarado biologicamente morto e, em alguns casos, definir linhas de base para construir no futuro”, explica Alison Debney, líder do programa para recuperação de áreas úmidas da Zoological Society of London (ZSL).

Equipe da ZSL nas margens do Tamisa. Foto: Zoological Society of London (ZSL)

A ZSL tem trabalhado para restaurar o ecossistema do Tamisa desde 2003 e uma das melhores maneiras de comprovar o sucesso deste trabalho é o estuário do rio – especificamente as populações de focas, principais predadores do sistema.

O aumento do número destes mamíferos indica que os estoques de peixes estão crescendo. Importante lembrar que as focas competem com os tubarões pelos peixes, o que mostra que há o suficiente para as duas espécies do topo da cadeia alimentar.

“Como predadores de topo, as focas são um grande indicador de saúde ecológica que nos dizem como está o Tamisa. As pessoas pensam que o Tamisa está morto porque é castanho, mas o Tamisa está cheio de vida – a qualidade da água melhorou muito.”

Thea Cox, bióloga conservacionista 
Ave pesca no Rio Tâmisa. Foto: Corinna HardWare | Unsplash

Além das espécies aquáticas, as aves também estão voltando ao Tâmisa. Várias áreas do rio são protegidas como santuários de pássaros nativos e migratórios e, como resultado, o número de aves pernaltas, como por exemplo o alfaiate, dobrou de 1993 a 2017.

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Apesar de todas as melhorias, o Tâmisa ainda recebe esgoto de algumas regiões de Londres. Mas isso vai mudar com a construção de uma nova rede de esgoto que irá desviar cerca de 95% da água poluída que chega hoje no rio. A previsão é que a obra seja finalizada em 2025 e o impacto na qualidade da água e na biodiversidade do rio será imenso.

“Um futuro melhor para as pessoas e para a vida selvagem depende da proteção dos habitats naturais remanescentes, reconectando e restaurando habitats e inovando em novas formas de maximizar as oportunidades para a vida selvagem no ambiente urbano.”

Alison Debney, Zoological Society of London (ZSL)
Foto: Benjamin Davies | Unsplash
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