Poucas horas depois de ser empossado como presidente, Joe Biden decidiu restabelecer os Estados Undidos no acordo climático de Paris. O país, que é o segundo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, foi retirado da aliança climática sob o comando de Donald Trump.
A ordem executiva foi assinada na Casa Branca na última quarta-feira (20) e fará com que os EUA se juntem ao esforço internacional para conter o aquecimento do planeta. O governo Biden ainda deve reverter dezenas de políticas relacionadas ao clima aprovadas por Trump.
Oleoduto em terras indígenas
Biden também assinou outra ordem executiva bloqueando o projeto do oleoduto Keystone XL, um projeto fortemente contestado que traria enormes quantidades de petróleo do Canadá para os EUA para ser refinado. O projeto passava por diversas propriedades indígenas em ambos os países.
Líderes indígenas e ambientalistas comemoram, mas foram protestar para pedir que o novo presidente interrompa também outros projetos controversos.
Também serão revisados e possívelmente interrompidos os projetos de perfuração de petróleo e gás em Bears Ears e Grand Staircase-Escalante (dois grandes monumentos nacionais em Utah) e também no Arctic National Wildlife Refuge (ANWR), no Alaska.
Segundo o jornal britânico The Guardian, outra mudança imediata aconteceu no site da Casa Branca, que teve todas as menções ao clima apagadas em 2017. Uma nova lista de prioridades agora coloca a crise climática atrás apenas da pandemia de Covid-19.
Acordo climático
O acordo de Paris foi criado em 2015 e delimita o aumento da temperatura global a 1,5ºC acima da era pré-industrial. Espera-se que Biden convoque uma cúpula internacional do clima na primavera para ajudar a acelerar os cortes de emissões e provavelmente apresente uma nova meta para o país almejando 100% energia limpa e emissões líquidas zero até 2050. Segundo especialistas, esta é uma meta difícil de ser alcançada caso o investimento em petróleo e gás continue.
Cientistas e ativistas climáticos deram as boas-vindas à urgência expressada por Biden, dados os impactos cada vez mais graves da crise climática em todo o mundo, já que em 2020 o planeta estabeleceu um novo recorde de calor extremo.