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Paisagista dá dicas sobre como plantar árvores

Plantar árvores é necessário e prazeroso! Mas precisamos seguir algumas dicas para dar tudo certo!

Published 21/09/2022
plantar árvore

A Jabuticabeira traz frescor e sombra à área externa. | Foto: Scarpato Arquitetura Paisagística

Plantar uma árvore é algo que todos deveriam fazer ao menos uma vez na vida. Se fizer sempre, melhor ainda. Para ajudar quem quer plantar sua árvore, o arquiteto e paisagista Cezar Scarpato, a frente do escritório Scarpato Arquitetura Paisagística, reuniu diversas dicas e cuidados necessários para o momento do plantio. 

“Além da poética por trás da ideia de que todos devemos plantar uma árvore, existe uma questão racional e fundamental de nossa própria existência – as árvores são responsáveis pela formação e manutenção de florestas e, consequentemente, pelos benefícios e condições à vida de uma série de outras espécies, incluindo a nossa”, destaca o paisagista.

Valorizando espécies existentes: aproveitando o sombreamento e o visual. | Foto: Bicubico

Segundo Scarpato, tudo se inicia com as árvores pioneiras. “São aquelas mais resistentes ao sol, com crescimento rápido mesmo em solos geralmente mais fracos. São elas que permitem que outras árvores e vegetações menos resistentes possam crescer, aumentando gradativamente o sombreamento e umidade do local”, explica.

Esse processo gera um microclima, em que a água das chuvas infiltra no solo sem evaporar, formando veios da água e, consequentemente, rios e lagos. “Ou seja, as árvores estão até mesmo relacionadas à existência de fontes de água doce”, ressalta Scarpato.

Além disso, as árvores contribuem para um visual aconchegante das cidades e lares e podem ser plantadas por qualquer pessoa. “O importante é tomar alguns cuidados, especialmente quando se trata da espécie adequada para o local do plantio”, diz o paisagista. Isso porque algumas árvores podem atingir proporções muito grandes, tanto em suas copas, quanto em suas raízes, folhas e frutos.

Pau-Brasil, espécie nativa. | Foto: Scarpato Arquitetura Paisagística

“Quando mal planejado, um plantio pode gerar excesso de galhos frágeis, folhas e frutos que danificam coberturas e carros, por exemplo, ou deixam as calçadas escorregadias. É necessário escolher o local correto e evitar possíveis danos a vizinhos e a infraestrutura urbana”, alerta.

Plantio urbano

Quando falamos de árvores em calçadas, é importante tomar alguns cuidados específicos. Espécies muito altas, que alcancem mais de seis metros de altura, devem ficar longe de fiações elétricas. No geral, o ideal é deixá-las também distantes dos muros e sem comprometer a calçada. 

Bauhinia Pata-de-vaca, espécie nativa. | Foto: Scarpato Arquitetura Paisagística

“Optar por árvores de pequeno porte, com raízes não tão agressivas e com copa mais esbelta do que larga, evitando bloquear o espaço por completo ou bater em carros, é o mais indicado. É melhor evitar árvores com frutos muito grandes ou gosmentos, que podem também fazer com que a pessoa escorregue na calçada”, indica.

Plantio doméstico

Jardins em casa costumam ser áreas mais livres, e o principal cuidado é com a proporção do espaço. “A principal qualidade de trazer uma árvore é o sombreamento, que também pode favorecer um ambiente da casa ou uma fachada que recebe sol direto, deixando tudo mais confortável. Outro benefício é em relação às frutas, quando escolhida uma árvore frutífera. E, por fim, é claro, o benefício visual”, diz o paisagista. 

Preservar espécies adultas no projeto. | Foto: Bicubico

Para sombreamento, Scarpato indica o plantio de espécies de copa mais frondosa como Ingá, Aroeira, Mangueira, Flamboyant, Chapéu-de-sol, Oiti e Sombreiro. 

Agora, para aqueles que buscam uma árvore super colorida, o Ipê, a Quaresmeira, Resedá, Pau-formiga, Chuva-de-ouro, Manacá-da-serra, Jasmim-manga, Magnólias e o Mini-flamboyant são a melhor aposta.

“Para frutas, adoro as Pitangueiras, o Araçá, Jabuticabeiras, Mamoeiro e as cítricas, como limoeiros, laranjas e mexeriqueiras”, opina.

Cuidados ao plantar

Para ajudar no plantio, o paisagista afirma que o principal cuidado deve ser com o torrão da árvore, que não pode ser quebrado ou danificado. Atenção também ao caule, que não deve ficar coberto com terra – isso porque a árvore transpira pelo tronco e abafá-lo poderia deixá-la mais suscetível à doenças e pragas.

Plantio em vasos. Foto: Scarpato Arquitetura Paisagística

“O berço de plantio, que se trata do buraco para receber a árvore, deve ser largo e no mínimo duas vezes maior do que o torrão, para proporcionar a adição de terra mista adubada, junto com a terra do próprio local revolvida e arejada, facilitando o crescimento inicial das raízes”, ensina. Em locais com ventos fortes, um tutor vertical deve ser adicionado, para o escoramento do caule.

Por fim, Scarpato indica que o plantio seja feito preferencialmente nas meias-estações, especialmente na primavera. “Isso garante a rega natural, com a temporada de chuvas, e temperaturas mais amenas, para menor evaporação”, explica.

Pitangueira em vaso para o projeto de uma cobertura. Foto: Scarpato Arquitetura Paisagística

A época menos interessante é no final do outono ou começo do inverno, quando as condições climáticas não são tão favoráveis na maioria dos lugares e o metabolismo e crescimento das plantas fica estagnado ou lento.
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