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“Tinder” dos bichos promove adoção responsável

Aplicativo reúne mais de 2,5 animais esperando um novo lar – abrigos estão superlotados e ONGs enfrentam dificuldades

Published 21/02/2022
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Foto: Divulgação | PetPonto

Em 2020, cerca de 370 ONGs e grupos que atuam na área de proteção animal cuidavam de cerca de 170 mil cães e gatos abandonados no Brasil. Infelizmente este número não para de crescer. Os abrigos para animais estão superlotados e muitas pessoas procuram estes locais para “doar” os bichinhos quando encontram qualquer dificuldade para cuidar deles, como mudança de endereço, redução de renda, divórcio e qualquer outra justificativa.

“É como se o cachorro não fosse um membro da família, como se ele não coubesse naquele planejamento familiar, e este princípio que está errado. Quando temos um bichinho, precisamos entender que não podemos deixá-lo para trás”, comenta Fernanda Delboni, Fernanda Delboni, sócia da plataforma PetPonto, que conecta possíveis adotantes de cães e gatos às ONGs e protetores.

Foto: iStock

O resultado é que ONGs e protetores independentes de cães e gatos no Brasil enfrentam uma situação cada vez mais grave. Os gastos mensais chegam a ultrapassar R$ 50 mil e a rotina diária inclui ainda novos resgates, busca constante por novos espaços para abrigar os animais e necessidade de voluntários.

“Se a pessoa não puder adotar, vale apadrinhar um animal com colaboração mensal dos custos, podendo inclusive visitar ele no abrigo, passear com ele”, sugere Rosangela Gebara, veterinária e gerente de projetos da AMPARA Animal, “ONG mãe” que auxilia mais de 530 ONGs e protetores em todo Brasil.

Abrigos superlotados

Foto: iStock

A maioria das ONGs e protetores independentes está passando por uma dificuldade de recursos financeiros e humanos muito grande, que piorou com a pandemia, com redução de voluntários e falta de eventos de adoção. As pessoas não estão encontrando ONGs com disponibilidade para aceitar um animal.

Além de sobrecarregados, os abrigos enfrentam a dificuldade de determinados perfis de cães e gatos serem adotados. Os idosos, adultos, sem raça definida, de cor preta e grande porte são os menos escolhidos.

“Tem animais que passam a vida inteira dentro de um abrigo. As pessoas acham que abrigo é solução, que é um local que pode descartar os animais e não é assim. Para começar, eles não têm mais espaço, e os animais abandonados terão um sofrimento muito grande, porque já estão acostumados a viver em uma família, de ter carinho e cuidado individualizado”, reforça Rosangela.

Tinder dos animais

Imagem: Reprodução | PetPonto

Para ajudar a reverter este quadro, facilitando a adoção responsável, foi lançada em agosto de 2021 a plataforma PetPonto conecta animais que precisam ser adotados e pessoas que querem adotar.

O jornalista Celso Zucatelli é embaixador da PetPonto e explica que além de promover este “match”, a plataforma produz material informativo e educativo para ajudar na conscientização da população sobre a responsabilidade com os Pets e sobre o papel fundamental dos protetores. “No aplicativo e no site, reportagens mostram a realidade do universo Pet e o que podemos fazer para melhorar a situação de cães e gatos sem um lar.”

Além de ser uma plataforma de divulgação dos animais disponíveis, o aplicativo PetPonto propõe uma nova forma de lidar com a proteção animal e a adoção, permitindo que as ONGs se profissionalizem e tenham o aporte tecnológico para o trabalho tão importante que exercem.

Imagem: Reprodução | PetPonto

“Hoje, as ONGs têm um perfil 100% assistencialista, com o foco em captar ração, veterinário, medicação e voluntários, sem conseguir dar atenção à promoção das adoções. O aplicativo surge com a ideia de ser mais do que uma tecnologia que promove a adoção. É também um apoio ao desenvolvimento da sociedade, para mudar o modo de ver tudo que envolve o trabalho de resgate e encaminhamento dos animais”, explica Fernanda.

Como dar match?

O aplicativo funciona como uma ponte entre os abrigos e os interessados em adotar. Ele já conta com mais de 500 cadastrados identificados como ONGs, protetores independentes e lares temporários, que juntos compartilham cerca de 2,5 mil perfis de cães e gatos para adoção em todo Brasil.

Na plataforma, ao preencher o perfil pessoal, o interessado tem acesso à lista de cães e gatos disponíveis, com fotos e informações completas de idade, tamanho e personalidade. Quem se candidata à adotar também precisa preencher algumas informações, como constituição do núcleo familiar, qual tempo disponível para o pet e a infraestrutura que a pessoa pode oferecer.

As perguntas no cadastro dos interessados ajudam as ONGs a mapearem as condições mínimas para a adoção e assim evitar abandonos e devoluções que, infelizmente, acontecem.

Para mais informações, acesse: petponto.com.

Imagem: Reprodução | PetPonto

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