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Estufas inteligentes de cor magenta geram energia enquanto cultivam alimentos

As estufas solares magenta utilizam uma nova tecnologia que gera eletricidade com baixo custo.

Published 08/11/2017

Reduzir a energia consumida por estufas na agricultura tornou-se uma prioridade, uma vez que o uso global de estufas para a produção de alimentos aumentou seis vezes nos últimos 20 anos para mais de 9 milhões de hectares.

Foi pensando nisso que a Soliculture, criada por pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, nos EUA, desenvolveram uma nova tecnologia. Eles descobriram que a cobertura de estufas com painéis solares na cor magenta permitem que as plantas cresçam melhor e mais rapidamente, enquanto geram energia.

As estufas solares magenta utilizam sistemas fotovoltaicos seletivos de comprimento de onda, em inglês Wavelength-Selective (WSPVs), uma nova tecnologia que gera eletricidade de forma eficaz e com menos custo do que os sistemas fotovoltaicos tradicionais. Estas estufas são equipadas com painéis de telhado transparentes embutidos com um corante fluorescente magenta brilhante que absorve luz e transfere energia para tiras fotovoltaicas, onde a eletricidade é produzida.

Os WSPVs absorvem alguns dos comprimentos de onda azul e verde da luz, mas deixam o resto, permitindo que as plantas cresçam. A tecnologia WSPV foi desenvolvida pelos coautores Sue Carter e Glenn Alers, ambos professores de física da UC Santa Cruz, que fundaram a Solicitation em 2012 para levar a tecnologia ao mercado. Hoje eles chamam seus painéis de LUMO Solar Panel.

Após diversos testes para avaliar o efeito do uso dos painéis no crescimento das plantas, os pesquisadores descobriram que além eles não só não afetaram o crescimento, como até mesmo acelerou. “Oitenta por cento das plantas não foram afetadas, enquanto 20 por cento realmente cresceram melhor sob as janelas magentas”, disse Michael Loik, professor de estudos ambientais da UC Santa Cruz.

Em experiências adicionais, pequenas economias de água foram associadas à fotossíntese de tomate dentro das estufas magenta. “As plantas exigiram 5% menos de água para crescer a mesma quantidade que em estufas mais convencionais”, disse ele.

As estufas utilizam eletricidade para controlar a temperatura, alimentar ventiladores, iluminação e outros sistemas de monitoramento. Segundo o professor Loik, a tecnologia é quase autossustentável e permite criar estufas até mesmo em locais sem rede de energia elétrica.

O custo por painel da tecnologia WSPV é de 65 centavos por watt – cerca de 40% menos do que o custo per-watt das células fotovoltaicas tradicionais à base de silício.

“Se as estufas geram eletricidade no local, isso reduz a necessidade de uma fonte externa, o que ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, completou Loik.

Redação CicloVivo

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