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Paulo Artaxo é o convidado de Marcelo Tas no #Provoca

Em entrevista inédita, cientista afirma que “boicote aos produtos brasileiros que possam vir do desmatamento vai aumentar imediatamente”

Published 17/08/2021
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Foto: Divulgação | TV Cultura

Nesta terça-feira, 17 de agosto, Marcelo Tas conversa com Paulo Artaxo, um dos principais especialistas em mudanças climáticas do mundo, sobre os resultados do relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas). A entrevista vai ao ar no programa #Provoca às 22h, na TV Cultura.

Pessoas competentes fizeram o Brasil ser essa potência no agro e têm que entender que é preciso mudar o modelo, diz Tas na edição. O apresentador questiona como mudar e quais são os modelos possíveis. Para Artaxo, não pode existir estratégia de combate às mudanças climáticas que variem de país para país.

“Caiu a ficha de que o planeta é um só. Nós somos habitantes não do Brasil, somos habitantes de um planeta. O que um americano faz do ponto de vista de emissão de gás de efeito estufa afeta um índio que está no Alto do Rio Negro, que nunca viu a cara de um homem branco.”

Paulo Artaxo

Sobre o relatório do IPCC, o especialista comenta que é preciso reduzirmos as emissões de gases de efeito estufa, desde 2020, em 7% ao ano até 2050. “No ano passado, com a Covid-19, a redução foi de 6,7%. Seria como ter uma pandemia todo ano fazendo lockdown, parar transporte aéreo internacional. E a partir de 2050 ter emissões negativas, ou seja, plantar árvore e remover CO2 da atmosfera”, explica.

No bate-papo com Tas, Artaxo diz também que o Centro-Oeste tem uma previsão especifica de redução drástica da precipitação de chuva. “E se nós continuarmos o desmatamento da Amazônia, esta previsão se agravará porque muito do vapor d’agua que cai como chuva na região vem da Amazônia. Portanto, é uma decisão que o País tem que tomar”.

“Eu conversei com o presidente da JBS recentemente. Ele perguntou o que eu faria. Falei que sairia da região interface entre o Cerrado e a Amazônia. Vai criar gado no Sul do Brasil, no Uruguai ou na Argentina. Porque são as regiões onde vai aumentar a precipitação, onde provavelmente a produtividade agrícola vai aumentar. Agora, independente disso, a questão do boicote aos produtos brasileiros que possam vir do desmatamento vai aumentar imediatamente, já começou”, afirma Paulo.

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