Ícone do site

“Fazedores de Floresta” tem sua primeira exibição pública no Brasil

Documentário mostra a união entre povos indígenas, comunidades tradicionais, ambientalistas e agricultores para plantar as florestas do futuro

Published 06/12/2021
fazedores de floresta

Foto: Reprodução | Fazedores de Floresta

Por ISA | Instituto Socioambiental

Unir ambientalistas, povos indígenas, comunidades locais e produtores rurais para recuperar florestas parece um sonho improvável, mas é uma das estratégias mais inovadoras e eficazes para a restauração das florestas brasileiras.

O filme “Fazedores de Floresta – Uma Aventura em Busca da Água” é uma imersão na experiência do Instituto Socioambiental (ISA) e da Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX), que uniram povos e conhecimentos para a restauração de áreas degradadas nas bacia dos rios Xingu, Araguaia e Teles Pires, no Mato Grosso.

Após pré-lançamento na COP26 em Glasgow, com exibições e debates na Cúpula dos Povos e no Brazil Climate Action HUB, o documentário de 9 minutos tem sua estreia nacional marcada para o dia 7 de dezembro às 19h no site do filme.

Além da primeira exibição pública do filme no Brasil, o evento será uma celebração do trabalho do ISA e da Rede de Sementes do Xingu. Após a exibição do documentário, Rodrigo Junqueira, secretário-executivo do ISA, mediará o bate-papo com um grupo formado pelo diretor do filme, Tadeu Jungle, pela cantora e ativista socioambiental Maria Gadú, por coletores de sementes, plantador de florestas e produtor rural.

Os nomes confirmados, além de Jungle e Gadú, são: Milene Alves, Bruna Ferreira e Oreme Ikpeng, da Rede de Sementes do Xingu, Guilherme Pompiano, do ISA, e José Luiz, da Fazenda Cristo Rei.

Narrado por Milene Alves, uma das mais de 500 coletoras de sementes espalhadas pela região, o filme mostra de perto o funcionamento da Rede de Sementes do Xingu e de seus parceiros do ISA, que realizam os plantios e monitoram o crescimento das árvores. Já são quase 20 milhões delas.

Imagem: Divulgação

Ao longo de nove minutos, o documentário apresenta, também, como grupos com interesses distintos conseguem dialogar e se unir para plantar as florestas do futuro.

“Não proteger as áreas de nascentes e de beiras de rio gera um risco não apenas para a floresta, mas também para a agropecuária. Ter a floresta de volta é bom pra todo mundo”, afirma Alves ao apresentar, durante o filme, o trabalho de restauração florestal.

Geração de vida, geração de renda

Há mais de 14 anos, o ISA e a Rede de Sementes do Xingu vêm unindo saberes de povos indígenas e comunidades tradicionais com tecnologia de ponta para trazer a biodiversidade e a água de volta para a região e movimentar a economia local, ajudando produtores rurais a restaurar áreas de nascentes e beira de rio.

Muvuca de sementes. Foto: Paolo Sartorelli

A partir da coleta de sementes nativas, a rede movimenta uma cadeia socioeconômica que valoriza o conhecimento tradicional das comunidades, impulsiona o equilíbrio socioambiental e melhora o bem estar dos moradores da região.

Até 2020, cerca de 260 toneladas de sementes de mais de 220 espécies nativas foram coletadas, gerando uma renda de R$ 4,4 milhões para os coletores e suas comunidades. Essa estratégia se torna ainda mais potente quando produtores rurais reconhecem que o conhecimento tradicional e a tecnologia atuam em seu favor, e ajudam a restaurar florestas que beneficiam suas lavouras, o equilíbrio climático regional e o regime de chuvas em todo o país.

A partir da articulação com diversos grupos, ISA e Rede Sementes do Xingu já restauraram 6,8 mil hectares de floresta nativa na região.

“Plantar florestas aproxima as pessoas. O ato de coletar sementes, misturar, fazer as muvucas e colocar na terra cria um vínculo fundamental com a vida. Em um contexto de emergência climática e pandemia, estamos falando de uma inspiração para um futuro melhor”, afirma Rodrigo Junqueira.

Grupo de coletoras Xavante beneficia pequi na Aldeia Ripá, na Terra Indígena Pimental Barbosa. Foto: JugleBee

“Uma experiência em realidade virtual proporciona uma imersão potente nas ideias que nos ajudam a transformar a nossa realidade. É uma forma de vivenciar esse dia a dia e levar as soluções encontradas pelos Fazedores de Floresta para todas as pessoas”, afirma Tadeu Jungle. O filme tem ação de distribuição e articulação liderada pela Flow Impact.

“Fazedores de Floresta” é dirigido por Tadeu Jungle e uma produção da Junglebee, em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e a Associação Rede de Sementes do Xingu e tem apoio institucional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA e da Década da ONU da Restauração de Ecossistemas.

A Década da ONU da Restauração de Ecossistemas tem como objetivo inspirar e apoiar governos, organizações multilaterais, sociedade civil, empresas do setor privado, jovens, grupos de mulheres, povos indígenas, agricultores, comunidades locais e indivíduos em todo o mundo, para colaborar, desenvolver e catalisar iniciativas de restauração em todo o mundo.

A produção do filme contou com apoio da União Europeia, Good Energies, Rainforest Foundation Norway, Amazonia Live/Rock in Rio, Funbio e Conservação Internacional (CI).

Imagem: Reprodução

“Fazedores de Floresta – Uma Aventura em Busca da Água”

CLIQUE AQUI para adicionar o evento na sua agenda.

Sair da versão mobile