A Avenida Fagundes Filho, no distrito da Saúde, vai ganhar seis jardins de chuva. Muito além da questão estética, os jardins de chuva atuam como pontos de microdrenagem e ajudam a resgatar as espécies nativas da Mata Atlântica no bairros. O local escolhido está localizado na microbacia hidrográfica do Córrego Ipiranga, paralelo aos córregos Barroca e Água Vermelha, entre os números 512 e 705 da avenida. As obras começaram no final de novembro e devem ser finalizadas em 30 dias.
“Os jardins serão calculados para não permitir o acúmulo de água de chuva por muito tempo (72 horas), para evitar a reprodução de mosquitos”, explica a arquiteta Débora Grecco, supervisora de Planejamento Urbano da Subprefeitura Vila Mariana.
“Nesta semana iniciamos a construção de 21 jardins de chuva na Vila Nova Conceição, em Moema, e nosso objetivo é expandir o projeto para outros locais da região. Os jardins de chuva são uma opção muito interessante de microdrenagem”, afirma o subprefeito Diogo Soares.
O ponto mais alto da avenida está na altura da Rua Berto Conde (790 metros do nível do mar) e o mais baixo, na altura da Rua Galeazzo Alessi (770 metros do nível do mar). A declividade é suave, com caimento de cerca de 4,1%. A topografia e caimento favorece o escoamento superficial contínuo, de velocidade moderada em uma área impermeável, ou seja, onde não há infiltração da água da chuva, que vai direto para as galerias pluviais e desemboca no Rio Tamanduateí.
A água da chuva que corre sobre a Avenida Fagundes Filho vai para o Córrego Ipiranga, segue para o Rio Tamanduateí e depois para o Rio Tietê, que corre sentido noroeste, desembocando no Rio Paraná, na divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A partir daí, a água segue em direção sudoeste passando por Paraguai e Argentina, e muda de direção para sudeste antes de desembocar no Oceano Atlântico, na divisa com o Uruguai, percorrendo uma distância aproximada de 3.040 km da Av. Fagundes Filho até o Oceano Atlântico.
Benefícios do jardim de chuva
- Diminui volume de enchente (reduz até 43%)
- Diminui pico de enchente (reduz até 70%)
- Redução da erosão
- Reduz demanda de água potável para irrigação
- Baixo custo e execução simples
- Redução da temperatura do ar
- Tratamento da poluição difusa
- Recarga de aquíferos subterrâneos
- Melhoria da qualidade da água pluvial
- Melhora a qualidade do ar: plantas absorvem gás carbônico, produzem oxigênio e controlam umidade
- Reduz temperatura da água do escoamento superficial
- Estética
- Estimula convívio social
- Potencializa vida vegetal e animal