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Mais pessoas vão pedalar ou andar a pé no pós-pandemia em SP

Pesquisa da Rede Nossa São Paulo aponta que 38% dos entrevistados pretendem se deslocar mais a pé e 20% pretendem usar mais a bicicleta.

ciclistas SP
Foto: Rovena Rosa | Agência Brasil

Paulistanos pretendem adotar mudanças em seus hábitos de mobilidade. É o que aponta a pesquisa da Rede Nossa São Paulo/Ibope, no Especial Pandemia. Entre 800 pessoas entrevistadas, 38% dos entrevistados pretendem se deslocar mais a pé e 20% pretendem usar mais a bicicleta no dia-a-dia.

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O Instituto Aromeiazero, aproveita este momento, para reforçar a importância de doar bicicletas usadas. Por meio da campanha permanente Bike Parada Não Rola, a ONG está focando na doação por condomínios.

“Síndicos e síndicas podem contribuir para facilitar a vida de moradores ao promover uma reorganização nos bicicletários, de modo a evitar o contágio por Covid-19 na manipulação desnecessária de bicicletas alheias. E, caso apareçam bicicletas sem dono, podem destiná-las para projetos de organizações sociais, como os do Instituto Aromeiazero”, sugere.

O Instituto ressalta que bicicletas em qualquer estado são úteis para quem não tem dinheiro para comprar uma nova.

“A campanha é simples. O condomínio estabelece um período para informar moradores e moradoras sobre a necessidade de identificarem as bikes e dar ciência que, aquelas sem dono, serão doadas para serem recicladas pelo Aromeiazero e reutilizadas nos nossos projetos”, explica Marina Amorim, responsável pela captação de bicicletas usadas.

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As doações de bicicletas ajudam a manter projetos sociais como o Curso Viver de Bike, que ensina mecânica e economia solidária para pessoas das periferias e o Rodinha Zero, voltado a projetos de educação para a mobilidade sustentável em escolas públicas.

Síndicos e síndicas – e qualquer outra pessoa interessada em fazer uma doação – pode acessar a página da campanha Bike Parada não Rola.

Incentivo a bicicletas

A preocupação com o distanciamento físico é um dos motivadores para o aumento do uso de bicicletas. É por isso que diversas cidades têm adotado planos que priorizam ciclistas e pedestres. Falamos aqui já de Milão, Londres e Seattle.

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O Bike PE, sistema de compartilhamento de bicicletas em Recife, por exemplo, registrou um aumento no número de viagens entre maio e junho. A média diária foi 25% maior e o número de usuários também cresceu em 21% no período.

Em São Paulo, ativistas se uniram para lançar a campanha “Ruas para mobilidade ativa durante a pandemia” que pede a criação de rotas de ciclovias temporárias e área para deslocamento a pé. Entretanto, a cidade já começa a voltar ao “normal” sem que a pressão tenha surtido efeito. O prefeito Bruno Covas até quis proibir passageiros em pé em ônibus da metrópole para conter as aglomerações, mas, sem apresentar alternativas, a tentativa fracassou.

Transporte público cheio, possivelmente, conviverá com outra realidade apontada na pesquisa da Rede Nossa São Paulo/Ibope: quem puder vai privilegiar o transporte individual.

Isso porque 26% dos entrevistados afirmaram que pretendem usar menos o ônibus e 24% querem diminuir o uso de trem/metrô nos deslocamentos cotidianos. Entre os moradores do Centro, 38% querem usar menos ônibus e 37% menos trem/ metrô; já entre os moradores da região Sul, 33% querem usar menos ônibus e 30% menos trem/ metrô depois que a pandemia passar.

Enquanto caminhadas e bicicletas são opções sustentáveis, sabe-se que pela distância percorrida no trajeto casa-trabalho há grandes chances do automóvel individual ganhar ainda mais destaque. Na cidade, o tempo médio diário de deslocamento dos paulistanos para realização da atividade principal (trabalho, estudo, etc) é de 1 hora e 47 minutos, segundo a pesquisa “Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana” de 2019. Ainda há tempo para incentivar o transporte intermodal, mas será preciso, mais do que nunca, de vontade política.